4.200 veículos se perdem dentro de navio tombado

Uma carga com 4.200 veículos está há quase um ano na saída do porto de Brunswick, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos. O navio tombou naquela data e somentge agora começará a remoção ds embarcação coreana MV Golden Ray. Todos os automóveis eram zero quilômetro. Os veículos das marcas Hyundai e Kia continuam dentro do navio e muito possivelmente serão destruídos – mesmo aqueles que não foram danificados no acidente nem inundados pelo mar – na operação. Isso porque, para poder ser removido, o navio terá que ser cortado em oito pedaços, através de uma estrutura preparada desde que o MV Golden Ray tombou nas margens do estreito de Saint Simons, na madrugada de 8 de setembro do ano passado.
A embarcação tem quase 200 metros de comprimento e altura de um prédio de sete andares. Estima-se que ainda haja centenas de carros em perfeito estado dentro do navio avariado, mas não há como removê-los. O equipamento que fatiará o navio, chamado VB 10000, é uma espécie de gigantesca motosserra, em forma de arco, montada sobre o casco, que moverá poderosas correntes para cima e para baixo, por dias a fio, até que o atrito faça com que o aço do navio seja rompido. Segundo a empresas dona do navio e da carga, não há como impedir que os automóveis sejam afetados – e, eventualmente, também cortados ao meio, pelo vai e vem das correntes.
Após ser fatiado, as oito partes do MV Golden Ray serão transportadas em barcaças até um estaleiro, onde o navio será remontado e recuperado. Os automóveis são dados como perdidos, embora haja a esperança de que alguns possam ser salvos, caso não tenham sido afetados pelo tombamento do navio, pelo mar ou pelo contato com as correntes que serrarão o casco ao meio.
Essa não será a primeira vez na qual um cargueiro naufragado com automóveis zero no seu interior terá de ser cortado em fatias. Em dezembro de 2002, o navio MV Tricolor foi atingido por outra embarcação após deixar o porto de Zeebrugge, na Bélgica, rumo a Southampton, na Inglaterra – de onde seguiria viagem para os Estados Unidos. A cerca de 30 km da costa francesa, o Tricolor tombou com uma carga de centenas de carros de luxo das marcas Volvo, BMW e Saaab. Para tirar o navio gigante do local, e evitar mais danos ambientais após a constatação de um vazamento de óleo, o cargueiro também foi cortado em fatias, igualmente com os automóveis no seu interior, utilizando técnica semelhante – também aplicada no resgate do submarino russo Kursk, em 2001. No caso, os carros foram vendidos como sucata após o resgate.
(UOL e Aglomerado Digital)