Os discursos de Lula e Trump na ONU
Os discursos de Lula e Trump na Assembleia Geral da ONU hoje foram marcados por fortes contrastes ideológicos e diplomáticos, refletindo tensões entre Brasil e Estados Unidos e visões opostas sobre temas globais. Enquanto Lula foi na linha da defesa da soberania, democracia e multilateralismo, o de Trump fez críticas à ONU, à imigração e foi contra a pregação da sustentabilidade climática.
Lula foi o primeiro líder dos países membros a discursar, como é praxe. Começou defendendo a soberania brasileira e reafirmou que o Brasil é uma nação independente e que sua democracia é inegociável. Também fez críticas à extrema-direita, condenou falsos patriotas, denunciou ingerências externas, especialmente dos EUA, após sanções contra autoridades brasileiras. Lula também condenou o que chamou de genocídio em Gaza. Disse que “nada, absolutamente nada, justifica o genocídio do povo palestino”. Além disso, defendeu o fortalecimento da ONU, o combate à fome e à pobreza, e a regulação das big techs. Por fim, sem citar nomes, Lula criticou autocratas e exaltou o julgamento de Jair Bolsonaro como exemplo de justiça democrática.
Logo depois foi a vez de líder americano. No seu discurso, Trump fez críticas à ONU. Chamou a organização de ineficiente e disse que ela não resolve guerras, apenas escreve cartas com palavras vazias. Sobre a questão do clima, disse que a crise climática é um golpe e que energias renováveis são uma piada. Tratou ainda a imigração como invasão colossal e defendeu políticas rígidas e acusou a ONU de financiar imigrantes ilegais. Com relação às sanções ao Brasil, justificou tarifas e punições como resposta à “censura e perseguição política” no país. E, para surpresa de todos, revelou que se encontrou brevemente com Lula e os dois se abraçaram nos bastidores e prometeram se reunir na semana seguinte.