Itatim

Ao passar pela BR 116, no meio do caminho entre Santo Estevão e Milagres, na Bahia, há um município conhecido por uma elevação rochosa, localizada alguns quilômetros depois da entrada da cidade, conhecida por Pedra da Boca ou Pedra da Boca de Itatim. Mas isso não diz tudo porque há um outro morro, chamado Morro da Ponta Aguda, que acabou sendo a inspiração para dar nome ao município de Itatim e hoje é um dos pontos turísticos mais visitados. O nome Itatim é a junção de Ita – pedra, e tim – aguda, originários do tupi. Portanto, pedra aguda ou pedra de ponta aguda.
O município de Itatim tem uma área total de 547,510 km² e abriga uma população total de 15.737 pessoas, dados do último censo de 2022, perfazendo uma densidade demográfica de 28,75 pessoas por km². O IBGE estimou sua população para 2024 em 16.375 habitantes. Itatim faz limites com os municípios de Milagres, Santa Terezinha, Elísio Medrado, Rafael Jambeiro, e Iaçu e está distante de Salvador por 208 km. Duas rodovias servem ao município: a BR 116 e a BA 493.
A história de Itatim passa pelos seus primeiros habitantes natos, os índios cariris e sabujás, que foram gradativamente expulsos pelos bandeirantes, ou sobreviveram e se integraram a negros escravizados ou fugidos das fazendas dos coronéis, formando diversos quilombos. Nessa miscigenação também há os trabalhadores de toda parte do país, oriundos do período da construção da via férrea que corta o centro da cidade. O nome anterior da povoação era Tanquinho, mesmo depois da chegada da estrada de ferro, instalada no município em 1879. Com a criação da 2ª estação ferroviária, já então com a denominação de Itatim, sugerida pelo padre Jonas Vaz Galvão, em 1950. Nessa mesma época chegava a BR 116 e o crescimento acelerou.
De ponto de parada para Santa Terezinha, sede do município ao qual pertencia Itatim, o crescimento do distrito exigia mais investimentos. Daí veio a emancipação em 13 de junho de 1989, desmembrado de Santa Terezinha e parte de Iaçu. Tudo está explícito na Lei Estadual nº 5.015, assinada em 13 de junho de 1989, e publicada no Diário Oficial, em 14 de junho do mesmo ano. O município foi instalado em 1º de janeiro de 1990. Até hoje os itatinhenses guardam com gratidão os nomes dos primeiros moradores, as famílias que criaram raízes, como as de José Rufino Santana, José Vieira Gomes, Aristóteles Carneiro, Leolino Rebouças e a da senhora Maria Aurina Rebouças. Várias destas famílias foram trabalhadores da estrada de ferra e da BR 116, que resolveram fincar pé e não saírem mais de Itatim.
Faz parte da formação de Itatim, a construção promovida pela senhora Morena -matriarca da família Rebouças – de uma capela no centro do povoado, tendo como padroeiro Santo Antônio, o que deu início à organização religiosa e comunitária da localidade. Todo o comércio se organizou a partir do entorno do templo. As trezenas, em homenagem ao santo padroeiro, celebradas com hinos, cânticos populares, ofícios, etc. A cada ano as treze noites ficavam cada vez mais numerosas e participativas, aumentando o fluxo de pessoas até o seu encerramento, em 13 de junho, dia da festa de Santo Antônio. Como a data de emancipação é também dia 13 de junho, a festa, que já tinha notoriedade, ganhou um feriado municipal. Mas não é a única festa da cidade. Tem ainda o último sábado de novembro – dia do Evangélico e 08 de dezembro – dia da Padroeira da Paróquia, Nossa Senhora da Conceição.
Para ver a reportagem em vídeo no YouTube, clique aqui.