Heliópolis

A morte de Aclenaide

Não se trata de um texto sobre morte de pessoas famosas. É sobre a morte dos comuns, daqueles que vieram ao mundo e construíram algo importante. Comum sim, mas pleno. Gente que realizou sua função aqui na terra determinada pelo destino. Gente que, exatamente por ser útil, não deveria morrer. Drummond tem um poema que fala sobre a não morte das mães. Elas nunca deveriam morrer. Mas a cruel morte, que nunca diz a hora que chegará, tem um encontro inevitável com os seres vivos deste planeta. Aclenaide morreu às 12:30 minutos no Hospital Cirurgia, no dia 20 de dezembro, ontem, em Aracaju-SE, segurando as mãos de Ana Dalva, a amiga que nunca a deixou de lado, e da irmã Angélica.

Josefa Aclenaide da Silva Ferreira Santana nasceu em Heliópolis, em 23 de junho de 1976, filha de Zé Damásio e dona Maria, esta já falecida. Estava casada com o popular Raimundo Eletricista e deixou dois filhos: Leôncio e Laura. Aclenaide morreu antes de completar cinquenta anos. É aquele tipo de morte que vem na hora que não deveria comparecer. Sua filha ainda é uma adolescente e certamente terá sua vida marcada pelo trágico acontecimento, provocado pela luta contra o Câncer.

A morte de Aclenaide deixa os familiares todos em falta, como algo que nunca será compensado, coberto, reposto ou substituído. A irmã, a mãe, a esposa, a cunhada, a amiga, a filha, a tia, a vizinha… Foi-se! Desapareceu da vida como um sopro vai embora no ar, como um grito que silencia na escuridão da vida. Fica o vazio como se não adiantasse nada do que foi feito por ela, ou nada que fizeram por ela. Ah! Mas é a vida! A vida é assim! Não! É a morte! A morte é cruel e não faz parte da vida. Ela vem para tirar o bem mais precioso dado pelo Todo Poderoso a todos nós.

O enterro será hoje, mais tarde, às 15 horas. Depois virá o silêncio regado pelas lágrimas de todos que a conheciam. Deixará lágrimas esparramadas pelos rostos, outras caídas pelo chão. Outras vidas seguirão seus caminhos, menos vivas e mais tristes. E a trajetória nossa segue na busca de soluções para evitar a morte por mais tempo. Sabemos que jamais venceremos a dita, mas ninguém merece morrer aos 49 anos, ainda mais sendo uma mãe, uma boa mãe. Continuaremos na luta para que a morte seja descanso da vida e não a interrupção dela.

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