José Socorro*

José Socorro fala sobre uma possível segunda onda da Covid-19 (foto: Arquivo pessoal)
Há alguns meses escrevi um texto onde abordei esse tema, e não deu outra ! Os atos políticos estão bem à frente de todo aquele trabalho preventivo, de todos os decretos, entre tantas outras orientações da OMS e demais órgãos de saúde.
Nem passamos da primeira onda, e é possível que tenhamos, até o final do ano, a segunda onda de casos de Covid-19 no Brasil. É visível o descaso com a pandemia e suas causas, que por mais de 146 mil vezes tem tirado vidas. Mesmo assim os candidatos e seus seguidores estão se expondo de forma inconsequente .
Isso está acontecendo com muita frequência e é preocupante o rumo dessas atitudes. Poderemos pagar um preço muito caro num futuro próximo. Todos os esforços e gastos com a Covid-19 estão simplesmente sendo jogados pelo ralo .
E não adianta polarizar. Todos os grupos políticos estão cometendo os mesmos desatinos, muitos críticos de Bolsonaro, agora estão no mesmo trilho. Mas sabemos que não é fácil conter dezenas, centenas, quiçá milhares de pessoas. A consciência é de cada um de nós. Os candidatos pedem a presença da população, no entanto, é preciso termos esse discernimento.
Entre novembro e dezembro, a tendência é aumentar significativamente os números de casos e de óbitos. Caso essa projeção não aconteça, daí sim poderemos entender que realmente estamos em estabilidade ou em desaceleração da pandemia. Torço que eu esteja sendo exagerado e que, mesmo após os absurdos que estamos vendo no Brasil, por consequência das campanhas municipais, os casos diminuam e logo tenhamos a tão esperada vacina.
*José Socorro é funcionário da área da saúde e colaborador do Contraprosa.