Educação

Bahia fica em último lugar em alfabetização. Na região, nenhum município atingiu sequer a meta estadual

Ministro da Educação Camilo Santana com a missão de colocar o Brasil no caminho da alfabetização. (Foto: divulgação)

Os índices do Indicador Criança Alfabetizada, divulgado pelo Ministério da Educação, revela que o Estado da Bahia fracassa na missão de alfabetizar nossas crianças na idade certa. Os números indicam que há inúmeros desafios significativos entre os estados brasileiros no cumprimento das metas de alfabetização até o 2º ano do ensino fundamental. Na nossa região, o melhor índice de alfabetização na idade certa foi conseguido por Cícero Dantas, mas os números ficam distantes até da meta estabelecida para o estado.

Entre os estados, o destaque ficou com o Ceará, líder absoluto do ranking nacional. Goiás e Minas Gerais completam o pódio. Somente 6 estados superaram a meta nacional estipulada em 60%, que não se trata de uma meta absurda. Alfabetizar 6 em cada 10 crianças até o segundo ano do fundamental não é nenhum exagero. Estes estados superaram a meta nacional de 60% e se destacaram com os maiores percentuais de crianças alfabetizadas:

– Ceará: 85,3% — líder absoluto no ranking nacional

– Goiás: 72,7%

– Minas Gerais: 72,1%

– Espírito Santo: 71,7%

– Paraná: 70,4%

– Mato Grosso: 60,6%

– Pernambuco: 59% — superou sua meta estadual e subiu no ranking histórico

Os estados com os piores índices, inclusive que ficaram bem abaixo da meta e foram classificados como prioritários pelo MEC para ações de apoio:

– Bahia: 36% — o pior índice do país

– Sergipe: 38,4%

– Rio Grande do Norte: 39,3%

– Amazonas: 49,2% — abaixo da meta estadual e com queda em relação a 2023

– Rio Grande do Sul: 44,7% — queda acentuada devido à calamidade climática em 2024

Entre as capitais brasileiras, destacam-se:

Estas capitais se destacaram com os maiores percentuais:

1º – Florianópolis | Santa Catarina | 75% |

2º – Belo Horizonte | Minas Gerais | 72,1% |

3º – Vitória | Espírito Santo | 71,7% |

4º – Goiânia | Goiás | 72,7% |

5º – Curitiba | Paraná | 70,4% |

Capitais que ficaram bem abaixo da média nacional:

1º – Salvador | Bahia | 36,75% — menor índice entre todas as capitais |

2º – Macapá | Amapá | 39% |

3º – Natal | RN | 39,3% |

4º – Porto Alegre | RS | 44,7% — queda acentuada devido à calamidade climática |

5º – São Luís | Maranhão | 45% |

De um modo geral, a meta para 2024 não foi alcançada, mas ficou bem próximo. O resultado nacional foi de 59,2% — ligeiramente abaixo da meta. Para 2025, a meta será de 64%, com projeção de chegar até 2030 em 80%.

Situação da alfabetização na Bahia em 2024

Estados como o Ceará têm priorizado a educação como base sólida para alcançar o desenvolvimento. (Foto: divulgação)

A Bahia apresentou o pior desempenho do país no Indicador Criança Alfabetizada, com apenas 36% das crianças do 2º ano do ensino fundamental alfabetizadas. Isso representa uma queda em relação a 2023, quando o estado havia registrado 37%. A meta estadual para 2024 era de 43,4%, mas não foi atingida. Isso porque 84% dos municípios baianos ficaram abaixo da média nacional de alfabetização (59,2%). Apenas 11 municípios superaram a média estabelecida para o país. Dos 417 municípios, apenas 73 atingiram a meta estadual de 43,4%.

Municípios da Bahia com melhores índices:

– Quixabeira: 75,47% — superou até a meta projetada para 2029

– Novo Horizonte: 73,17%

– Malhada de Pedras: 70,27%

– Licínio de Almeida: 65,48%

– Irajuba: 65,38%

Municípios com piores índices

– Macururé: 12,5% — o pior resultado do estado

– Arataca: 13,11%

– Pedrão: 13,33%

– Itaju do Colônia: 15,25%

– Rio do Pires: 15,62%

Como Salvador se saiu?

A situação de Salvador, capital do estado, também não foi nada honrosa. Apenas 36,75% de crianças foram alfabetizadas na idade certa — a menor taxa entre todas as capitais brasileiras. Na Bahia, Salvador ficou na 182ª posição entre os municípios baianos. Como Salvador é administrada por opositores do atual governador, fica claro que parece não ser prioridade das lideranças políticas baianas a melhoria da educação pública.

E a nossa região?

Nos municípios do território Semiárido Nordeste II, composto por 17 municipalidades, todos apresentaram índices abaixo da meta nacional (59,2%) e da meta estadual (43,4%) em 2024, segundo o Indicador Criança Alfabetizada. O município com medalha de ouro, Cícero Dantas, só chegou próximo ao índice da meta da Bahia, embora tenha superado o desempenho do estado. Vejam os dados do desempenho de todos:

Ranking de alfabetização – Território Semiárido Nordeste II (Bahia, 2024)

| 1º | Cícero Dantas | 42,86% |

| 2º | Fátima | 41,67% |

| 3º | Novo Triunfo | 41,67% |

| 4º | Antas | 40,91% |

| 5º | Paripiranga | 40,91% |

| 6º | Sítio do Quinto | 40,00% |

| 7º | Adustina | 39,13% |

| 8º | Pedro Alexandre | 38,89% |

| 9º | Euclides da Cunha | 38,46% |

| 10º | Cipó | 37,50% |

| 11º | Ribeira do Pombal | 36,36% |

| 12º | Coronel João Sá | 36,36% |

| 13º | Crisópolis | 34,09% |

| 14º | Heliópolis | 33,33% |

| 15º | Banzaê | 30,43% |

| 16º | Nova Soure | 29,41% |

| 17º | Itapicuru | 28,57% |

Portanto, apenas Cícero Dantas chegou perto da meta estadual de 43,4%. Doze municípios tiveram melhores índices que o próprio Estado da Bahia. Crisópolis, Heliópolis, Banzaê, Nova Soure e Itapicuru conseguiram a proeza de apresentar índices inferiores ao Estado da Bahia, numa clara demonstração de que a administração destes municípios está há muito tempo deitada eternamente no berço esplêndido do desprezo à educação pública.

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