Bolsonaro pode pegar 43 anos de cadeia!
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por cinco crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, Bolsonaro foi o principal articulador da radicalização política que culminou na invasão das sedes dos Três Poderes. Mesmo não estando presente no dia, ele é acusado de incitar a insurreição por meio de discursos, omissões e uso da máquina pública.
Os crimes apontados incluem organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado. A PGR afirma que há provas documentais, digitais e testemunhais que sustentam a denúncia, incluindo lives, mensagens, documentos apreendidos e depoimentos de militares. A pena pode chegar a 43 anos de prisão.
Eduardo Bolsonaro, o deputado federal filho de Jair Bolsonaro, tem adotado uma estratégia internacional para tentar proteger o pai de uma possível condenação no Supremo Tribunal Federal, que agora parece mais perto de acontecer. Eduardo está autoexilado nos Estados Unidos desde março de 2025, alegando perseguição política por parte do ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou que só voltará ao Brasil quando Moraes “não tiver mais força para prendê-lo”. Cogita renunciar ao mandato de deputado federal para prolongar sua permanência nos EUA e evitar cassação.
A ideia pouco comum do deputado é usar a força Donald Trump, parlamentares americanos e empresários conservadores para pressionar o governo dos EUA a impor sanções contra autoridades brasileiras, especialmente Alexandre de Moraes. Só que o tarifaço prometido por Trump pode atingir setores que apoiam o bolsonarismo, como o agro, pro exemplo. O tiro parece estar saindo pela culatra. Além disso, a PGR acusa Eduardo de tentar interferir no processo contra o pai, o que pode configurar crimes como de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Depois que se elegeu Presidente da República, Jair Bolsonaro tem protagonizado uma sucessividade de derrotas. Tentou fazer com que o país levasse vida normal durante a contaminação da Covid-19, lutou pela reeleição, tentou um golpe de estado. Em tudo isso fracassou. Agora tenta usar Trump para chantagear o Brasil e evitar sua condenação. Em duas coisas Jair Bolsonaro foi perfeito, mesmo sem querer: fez levantar uma esquerda que já estava em queda na opinião pública e ressuscitou eleitoralmente Luís Inácio Lula da Silva. Ser condenado agora, seria o fecho de um fracasso de alguém que foi sem nunca ter sido.