Bahia

BR 116: Duplicação Santa Bárbara-Serrinha-Teofilândia foi esquecida pelo governo Lula

Anel viário BR 116 duplicada, com acessos à BR 324 e BA 504 no antigo entrocamento de Tanquinho. (Foto: DNIT)

Antes de mais nada, vamos fazer justiça, a conclusão do rodoanel anunciada pelo ministro dos transportes, Renan Filho, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, do prefeito de Feira, José Ronaldo e demais autoridades, é obra importantíssima. Os investimentos foram anunciados nesta segunda-feira (19), durante evento na cidade de Feira de Santana. Foi assinada a ordem de serviço que autoriza o início das obras de duplicação de 7,2 quilômetros da BR-324, incluindo a construção de marginais à esquerda e à direita, cinco passarelas e três viadutos, até o complexo viário que fica na saída para Serrinha. A obra está orçada em R$ 179,42 milhões. Mas, e a continuidade da duplicação da BR 116, de Santa Bárbara, passando por Serrinha e seguindo até Teofilândia? Nada! Silêncio total.

No evento em Feira de Santana, o ministro também anunciou a duplicação de trechos da BR-101, da divisa da Bahia com Sergipe e a parte sul que vai até o Espírito Santo, assinando ordem de serviço para início das obras. A duplicação da BR 116 por Serrinha ficou no esquecimento. Para o leitor não pensar que estou fazendo birra, o projeto de duplicação da BR-116 entre Santa Bárbara e Teofilândia foi autorizado em julho de 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O trecho total seria de 53,2 quilômetros, saindo de Santa Bárbara, passando por Serrinha e Teofilândia, e chegando até o povoado Barreiro, na divisa de Teofilândia com Araci. Anunciaram até os valores: R$ 324,6 milhões para a execução de novas pistas, ruas laterais, viadutos, pontes e passarelas de pedestres. O que houve? Foi apenas anúncio de mentirinha?

Vale ressaltar que várias obras primárias já tinham sido iniciadas. O projeto de duplicação deste trecho vem desde o governo Dilma Rousseff. Já são quase dez anos de promessas e muita grana já foi enterrada na estrada inconclusa. Nem mesmo o trecho que já foi inaugurado, entre Feira de Santana e Santa Bárbara está completo. A pista antiga não foi recapeada em vários locais. O que desanima é saber que, se depender dos políticos da região, a coisa vai continuar no papel ou no mundo das promessas. Os prefeitos, deputados e vereadores da região, com raras e regradas exceções, são populistas e demagogos. Pensam quase tão somente na carreira política. Não possuem a capacidade de se unirem e peitarem o presidente e/ou governador para que cumpram suas promessas. E olhem que Lula foi amplamente bem votado na região, assim como em toda a Bahia. Seria talvez aí o erro?

Verdade seja dita, o governo Lula 3 não chega aos pés de Lula 1 e 2. Sem força para peitar o Centrão e mais preocupado em permanecer na cadeira, as verbas parecem seguir o fluxo das emendas que beneficiam regiões de interesse dos seguidores de Lira. Lula já não governa mais com a mesma força. Antes tinha apenas o Centrão, que controlou muito bem com a popularidade que tinha e até conseguiu reverter as acusações de corrupção explícita no seu governo. O governo incompetente e desumano de Bolsonaro, inclusive com a ameaça da volta da ditadura, acabou por revitalizá-lo politicamente. Hoje, os inimigos da boa governança receberam o reforço dos bolsonaristas. O embate forte é do STF X Centrão/Bolsonaristas. Lula tenta apenas sobreviver e torce para que Alexandre de Morais, Flávio Dino, Carmem Lúcia e demais membros do Supremo não se acovardem. Caso contrário, o projeto de duplicação da BR 116 em Serrinha e o 4º mandato de Lula serão apenas um sonho de alguém numa rápida noite de verão enluarada.

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