Brumado – BA

Neste episódio de Um Lugar no Sertão, conheceremos Brumado. O município é conhecido como a Capital do Minério, por possuir grande quantidade destes em seu subsolo, base de sua economia. Há no município grandes mineradoras que desenvolvem suas atividades extrativas na Serra das Éguas, por sinal um dos pontos turísticos do município, por formar paisagens serranas de arrancar suspiros. Brumado está localizado na região centro-sul da Bahia e faz divisa municipal com Livramento de Nossa Senhora, Dom Basílio, Aracatu, Rio de Contas, Malhada de Pedras, Tanhaçu, Ituaçu, Rio do Antônio, Lagoa Real e Caraíbas. O município é porta de entrada na Chapada Diamantina. Brumado conta com uma localização privilegiada e é importantes entroncamento rodoviário, servido pelas rodovias BA-262, BA-148 e BR-030, além de contar também com a Ferrovia Centro-Atlântica – FCA. Sua área territorial é de 2.207,612 km², abrigando uma população de 70.510 pessoas, censo de 2022, perfazendo uma densidade demográfica de 31,94 hab/km². O IBGE estimou sua população em 2024 em 74.095 pessoas.

A origem do nome Brumado tem duas teorias que se complementam. Segundo Teodoro Fernandes Sampaio, o nome vem da expressão em tupi: Itimbopira, que significa nebuloso, coberto de neblina. Já para o antigo padre brumadense José Dias, o nome tem origem na Serra das Éguas, quando a neblina matinal desce dela cobrindo a cidade, deixando-a nebulosa. Há uma terceira teoria menos provável que diz ser a origem do nome Brumado atribuída à palavra bromo – que na época da mineração no rio Brumado era usada por garimpeiros e bandeirantes para distinguir perda ou engano, mistificação ou desaparecimento de ouro no local da mineração, com suposta abundância daquele minério.

O município de Brumado situa-se em terras outrora pertencentes à fazenda do Campo Seco. O padre André Antunes Maia herdou a fazenda de seu pai, João Antunes Moreira, e a vendeu, em 1749, a José de Souza Meira. Em 1755, a fazenda do Campo Seco já pertencia ao familiar do Santo Ofício, Miguel Lourenço de Almeida. Na fazenda estava a Serra das Éguas, hoje célebre pelas jazidas de Magnesita, que pertencia, em 1764, ao padre André Antunes da Maia. Quando o capitão Francisco de Sousa Meira chegou na região no final do século XVIII, naturalmente a encontrou com uma paisagem cultural formada pela ação colonizadora de Miguel Lourenço de Almeida e seus antecessores.

Após uma rápida estadia na região, o capitão Francisco de Sousa Meira tomou novas iniciativas, a fim de dar prosseguimento à sua rota para a conquista do continente. O seu maior trabalho era oferecer resistência às tribos selvagens, que, embora fossem se dispersando à aproximação dos visitantes, costumavam atacá-los. Presume-se que dali, partindo em 1813, os aventureiros atravessaram o rio Brumado, vindo da Serra das Almas, margeando para o seu flanco direito até atingirem a foz do Rio do Antônio. Daquele ponto do vale do mesmo rio, localizava uma aldeia de índios ferozes, aos quais ofereceram sério combate perto do local onde se encontra situada atualmente a cidade de Brumado. Deram a esse ponto a denominação de Conquista e ali permaneceram por algum tempo.

Premiado, porém, pelas lutas que de vez em quando o castigava, dada a impetuosidade dos indígenas, o capitão Francisco de Sousa Meira resolveu se transferir com todos os seus aventureiros para uma posição mais cômoda. Subiu pela margem esquerda do Rio do Antônio e se fixou numa área mais ou menos calma, onde fundou uma fazenda, que denominou Bom Jesus do Campo Seco. Com o decorrer dos anos e com a evolução natural, criou-se mais abaixo, pela mesma margem do rio, uma pequena povoação que foi tomando vulto, graças aos êxitos obtidos pelos esforços dos aventureiros que, nessa altura, já se entregavam de corpo e alma às explorações agrícolas e à pecuária, dando vida à povoação, que seria mais tarde a sede do município de Brumado.

Sua condição de distrito nasceu pela Lei Provincial nº 1.091, de 19 de junho de 1869, com a denominação de Bom Jesus dos Meiras, subordinado ao município de Caetité. Pouco mais de oito anos depois, a localidade é elevada à categoria de vila com a denominação de Bom Jesus dos Meiras pela Lei Provincial nº 1.756, de 11 de junho de 1877, desmembrado de Caetité. A sede na vila de Bom Jesus dos Meiras foi instalada em 11 de fevereiro de 1878. Ao logo dos anos, vários distritos nasceram no território de Bom Jesus dos Meiras. Em 1920 já contava com 4 distritos: Bom Jesus dos Meiras – a sede, Gameleira dos Machados, Olho D’água e São Pedro. Em 1931, pelos Decretos Estaduais nº 7.455, de 23 de junho de 1931, e nº 7.479, de 08 de agosto também de 1931, o município de Bom Jesus dos Meiras passou a denominar-se Brumado. Com o passar dos anos, vários distritos novos são criados e vários outros viram municípios e m uitos outros mudam seus nomes. Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950 o município é constituído de 5 distritos: Brumado – a sede, Aracatu, Cristalândia, Itaquarí e Ubiraçaba. Em 1962, com a emancipação de Aracatu, Brumado passa a existir com 4 distritos: Brumado, Cristalândia, Itaquarí e Ibiraçaba, assim permanecendo até os dias atuais.

Viver em Brumado é experimentar o cotidiano de uma cidade do sertão baiano que mistura tranquilidade, infraestrutura crescente e um forte senso de comunidade. A cidade se destaca por oferecer boas opções de lazer e esporte, como ginásios, quadras poliesportivas e até campos de várzea para as comunidades locais. O índice de qualidade de vida está entre as melhores do estado da Bahia. Além disso, seu clima é agradável e a localização — a cerca de 654 km de Salvador — proporciona uma vida mais pacata, longe da correria dos grandes centros, ideal para quem curte um estilo de vida mais sossegado e com laços comunitários fortes.