Deputado Binho Galinha está foragido!
Operação Estado Anônimo ocorreu em Feira de Santana, Salvador e São Gonçalo dos Campos.
A Operação Estado Anômico foi deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira, 1º de outubro de 2025, com o objetivo de desarticular uma milícia liderada pelo deputado estadual baiano Binho Galinha, que tem nome oficial de Kléber Cristian Escolano de Almeida.
Foram presos Mayana Cerqueira da Silva – esposa de Binho Galinha, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano – filho do deputado e quatro PMs ligados diretamente à segurança do deputado, todos por envolvimento com a organização criminosa. Esposa e filho já haviam sido presos em 2023 e estavam soltos desde abril de 2024.
Ao todo, a Operação Estado Anônimo estava com 10 mandados de prisão preventiva. O nome dos demais presos não foi divulgado publicamente, mas a PF confirmou que oito pessoas foram capturadas no dia da operação. Dois deles estão foragidos: o deputado Binho Galinha e um dos policiais militares também não localizado. Além disso, foram bloqueados R$ 9 milhões em bens dos investigados e suspensas todas as atividades de uma empresa usada para lavagem de dinheiro.
O deputado estadual baiano Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, é alvo de diversas acusações graves, conforme investigações da Polícia Federal e do Ministério Público da Bahia. Binho é apontado como líder de uma organização criminosa que atua há mais de uma década em Feira de Santana e cidades vizinhas.
Entre as atividades ilícitas do deputado estão as de crimes financeiros e violentos, lavagem de dinheiro, Jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, comércio ilegal de armas, associação para o tráfico e uso de empresas de fachada e “laranjas” para movimentar recursos ilícitos.
O deputado já é investigado em três operações. Além desta de Hoje, Operação Estado Anônimo, teve a Operação El Patrón, de 2023, que investigou lavagem de dinheiro e comércio de peças de veículos roubados. Parte das provas foi anulada pelo STJ, mas posteriormente validadas pelo STF. Também teve a Operação Hybris, de 2024, que também mirou o grupo miliciano.
Além disso, bem antes destas investigações, em 2011, Binho Galinha foi preso por suspeita de integrar uma quadrilha de roubo de veículos. Curioso é que, mesmo com uma ficha tão cheia de tantas suspeitas de envolvimento em crimes, ele se candidatou e virou deputado estadual. Mais curioso ainda é que foi eleito em 2022 pelo partido Patriota. No entanto, após a incorporação do Patriota ao Partido Renovação Democrática (PRD), ele passou a integrar essa nova legenda. De fato, uma verdadeira renovação na Assembleia Legislativa da Bahia.
Por fim, cabe uma pergunta: Binho Galinha vai perder o mandato? Mesmo com acusações graves, o deputado continua no cargo até que haja decisão judicial definitiva ou ação da Assembleia Legislativa. A Constituição garante presunção de inocência até o trânsito em julgado e ele só poderá ser afastado pela Justiça se houver risco à investigação. Ou seja, a cassação depende da Assembleia Legislativa. Vale lembrar que deputados estaduais têm foro por prerrogativa de função, ou seja, são julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado. Caso condenado, só assim Binho Galinha perderá seus direitos políticos. Como os processos se arrastam…