Filho mata ex-deputado petista
Quem imaginaria um assassino dentro da própria família?
O ex-deputado Paulo Frateschi, histórico dirigente do PT em São Paulo, morreu aos 75 anos após ser esfaqueado pelo próprio filho durante um surto psicótico em sua residência na capital paulista. O fato ocorreu nesta quinta-feira, 6 de novembro de 2025, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo.
Paulo Frateschi, ex-deputado estadual e ex-presidente do PT-SP, era figura importante na fundação do partido e amigo pessoal do presidente Lula. Jamais ele podia imaginar que corria algum perigo na sua própria casa. Francisco Frateschi, filho de Paulo, de 34 anos, teria sofrido um surto psicótico e esfaqueou o pai, empurrou a mãe, Yolanda Maux, causando fratura no braço, e mordeu e agrediu a irmã, Luísa Maux Vianna Frateschi, que fraturou um dedo e sofreu ferimentos no rosto.
Paulo foi socorrido e levado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos. Francisco foi contido e preso pela Polícia Militar no local. Para aumentar a tragédia, Paulo já havia perdido dois filhos em acidentes de carro anteriormente. Nos últimos anos, estava mais afastado da política partidária, mas seguia sendo uma figura respeitada dentro do PT. Ou seja, perdeu dois filhos e foi morto por um terceiro. Certamente não imaginava ter em casa, e na família, um assassino.
O fato chocou o meio político e reacendeu debates sobre saúde mental, violência doméstica e o impacto de surtos psicóticos em ambientes familiares. Esse tipo de tragédia pode ser descrito como uma fatalidade familiar extrema, marcada por uma sequência de perdas devastadoras dentro do núcleo familiar. Embora não exista um termo técnico único que abarque exatamente essa situação, ela pode ser compreendida por diferentes perspectivas.
É preciso refletir sobre o caso por se tratar de uma tragédia familiar que envolve perdas profundas e dolorosas dentro da mesma família, especialmente quando há violência envolvida. Pior ainda é quando o sofrimento causado por perdas anteriores é seguido por um ato violento vindo de outro membro da família. Também devemos perceber que envolve desintegração familiar ou colapso emocional, psicológico ou relacional dentro de uma família, que pode culminar em atos extremos.
É uma situação pouco incomum, um homem que gerou, cuidou e sofreu pela perda de filhos acaba sendo vítima fatal de outro filho — um choque profundo entre os laços afetivos e a violência, ou paradoxo do amor e da dor. No meio jurídico diríamos se tratar de um crime intrafamiliar ou homicídio doméstico, dependendo do contexto legal. Em estudos de psicologia e sociologia, pode ser analisado como um caso de violência interpessoal agravada por transtornos mentais.
Esse tipo de acontecimento não é apenas raro — é profundamente simbólico da fragilidade humana, da dor acumulada e da urgência de cuidados em saúde mental e apoio familiar. Francisco Frateschi não possui um histórico conhecido de ações violentas anteriores, mas foi diagnosticado com transtorno bipolar e já havia apresentado episódios de agressividade. O ataque que resultou na morte de seu pai, Paulo Frateschi, ocorreu durante um surto psicótico, segundo relatos da família e da polícia.
Esse caso levanta questões importantes sobre o acompanhamento de transtornos mentais e os riscos que podem surgir quando não há suporte adequado. Parece que vivemos numa sociedade que não está acostumada ao sofrimento para aquisição dos seus desejos. A contrariedade é a base da reação violenta, sem diálogo, sem argumentos, sem tréguas. Parece que o ódio contaminou a todos, até mesmo as famílias supostamente menos vulneráveis.
Imagem destacada: Paulo Frateschi e o seu filho Francisco Frateschi. (Foto: Reprodução redes sociais)
