Corrupção

Governador é afastado e PF realiza cinco grandes operações

No país onde a corrupção virou coisa comum, o Brasil viveu nesta quarta-feira (03) um dia movimentado para os órgãos de fiscalização no Brasil, com cinco grandes operações da Polícia Federal envolvendo autoridades públicas em diferentes estados. A mais significativa foi a que afastou do cargo o governador do estado do Tocantins.

Wanderley Barbosa e Karinne Sotero estão afastados dos seus cargos. (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal realiza a 2ª fase da operação Fames-19, que investiga o desvio de R$ 97 milhões em verbas públicas destinadas ao combate à pandemia. Um dos alvos da operação é o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), que foi afastado do cargo por seis meses. Segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a Polícia Federal, ele é suspeito de fraude em licitações, com contratos para fornecimento de cestas básicas e frangos congelados firmados sem licitação, aproveitando o estado de emergência. Também há a questão da lavagem de dinheiro. Parte dos recursos desviados teria sido ocultada por meio de compra de gado, empreendimentos de luxo e despesas pessoais. Parte dos recursos desviados teria sido aplicada num empreendimento do filho do governador. Além disso, o governador é acusado de corrupção passiva, peculato e formação de organização criminosa.

Barbosa foi afastado do cargo por 180 dias, e a primeira-dama, Karynne Sotero, também foi afastada de sua função como secretária estadual. Em nota, o governador afirmou que respeita a decisão, mas considera a medida precipitada, alegando que os fatos ocorreram na gestão anterior, quando ele era vice-governador na 2ª fase da operação Fames-19. 

Outra operação envolve o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias. Ele foi preso na operação Zargun, que mira o braço político e financeiro do Comando Vermelho. O deputado é suspeito de tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e negociação de armas. Também o prefeito de Macapá está encrencado. O Dr. Furlan (MDB) foi alvo da operação Paroxismo, que investiga fraude em licitação e desvio de recursos de um contrato de R$ 69,3 milhões para obras hospitalares. Um dos investigados teria sacado R$ 9 milhões em espécie.

Outras duas operações merecem também destaque. A operação Cassandra, em parceria com a Europol e a polícia irlandesa, combate uma rede internacional de tráfico humano que explorava mulheres para fins sexuais desde 2017. Por fim, a operação Sintonia Fina, no estado de Pernambuco, focada em desarticular um grupo envolvido com tráfico de drogas, armas, homicídios e lavagem de dinheiro. Foram expedidos 21 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão.

Essas ações mostram como os órgãos de controle estão atuando em várias frentes — da corrupção institucional ao crime organizado transnacional. Juízes, procuradores, investigadores e policias envolvidos nestas operações trabalham muito e de forma abnegada. Mesmo assim, a impressão que se tem é que a corrupção não dá trégua e parece se agigantar no Brasil.

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