Bahia

Governo anuncia R$365 milhões para a saúde em 129 municípios

Os anúncios foram realizados durante o encontro estratégico da UPB Parceria que Transforma, que é uma espécie de Operação Salva Jerônimo.

Saiu hoje na Tribuna da Bahia a notícia que os governos da Bahia e o Federal firmaram uma nova etapa da parceria entre os dois entes públicos, que integra o programa Novo PAC. O fato aconteceu nesta segunda-feira (20), durante encontro da União dos Municípios da Bahia (UPB), em Salvador. O pacote prevê R$ 365,6 milhões em investimentos para a construção de 129 unidades de saúde em todas as regiões do estado. Dois ônibus, que atenderão às Policlínicas Regionais, foram entregues simbolicamente, representando a renovação de frota das 26 policlínicas que já funcionam na Bahia.

Nos bastidores, o evento está sendo tratado como Operação Salva Jerônimo, uma mãozinha do governo Lula para contribuir com a luta pela reeleição do governador que não vai nada bem na fita. No ato, ao destacar os investimentos realizados na área da saúde, o governador ressaltou a importância da integração entre o Estado e o Governo Federal na ampliação e modernização dos serviços oferecidos à população. Só não disse nada com relação ao fato de salvar sua candidatura.

Todos os municípios, todos os consórcios estão tendo suas frotas renovadas. As Policlínicas atendem regionalmente os municípios, de forma planejada, e a ampliação desse modelo pelo PAC, que é um programa de aceleração do crescimento, demonstra um compromisso dessa parceria Estado e Governo Federal para a estruturação da saúde primária e da média e alta complexidade na Bahia”, reforçou Jerônimo Rodrigues, que esteve acompanhado pelo vice-governador, Geraldo Júnior, durante a solenidade. Nada foi dito sobre os problemas constantes vividos pela saúde pública na Bahia.

As obras anunciadas incluem quatro novas Policlínicas Regionais de Saúde, que serão erguidas em Feira de Santana, Ibotirama, Ipirá e Seabra, com investimento total de R$ 120 milhões. Também estão previstas as construções de 114 Unidades Básicas de Saúde (UBS), com recursos de R$ 219,1 milhões, e 11 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), somando mais R$ 26,5 milhões aportados. Os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar estiveram presentes ao evento.

A secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, destacou que o investimento marca uma nova fase na ampliação e integração da rede pública. “As policlínicas têm um papel importantíssimo na atenção especializada, permitindo que os pacientes tenham um diagnóstico precoce, evitando, por exemplo, que busquem a rede de urgência e emergência nos Hospitais Gerais. Isso marca uma nova fase e é uma estratégia muito acertada dos governos Federal e estadual, que descentralizam essa assistência”, ressaltou.

Os anúncios foram realizados durante o encontro estratégico da UPB Parceria que Transforma, em que também foi apresentado o programa Nova UPB: Governança de Verdade e divulgadas as ações da Federação dos Consórcios Públicos da Bahia (FECBahia) e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). Prefeito de Andaraí e presidente da UPB, Wilson Cardoso celebrou a parceria, mas não tocou no ponto crucial que é sobre construir espaços onde funcionam atendimentos precários. A obra dá voto, mas é o funcionamento das instituições que consolidam a popularidade dos seus dirigentes. Em suma, as obras podem até garantir a reeleição do governador. E depois?

Novo PAC

O Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um plano nacional que organiza obras e compras públicas para gerar emprego, melhorar serviços e movimentar a economia. No país, o volume total de investimentos chega a R$ 1,8 trilhão, sendo R$ 1,3 trilhão até 2026. As ações envolvem governos federal, estaduais e municipais, além do setor privado. Na prática, o programa se traduz na construção de escolas de tempo integral, postos de saúde reformados, novas ambulâncias, moradias, obras de saneamento, transporte e mobilidade.

Na Bahia, o pacote de investimentos reforça o modelo de regionalização da saúde, que já conta com 24 consórcios públicos interfederativos e 26 policlínicas em funcionamento, o que ainda está longe de cobrir toda a demanda de saúde do estado. Desde a criação desse modelo, o estado soma 8,7 milhões de atendimentos, cobrindo 98,5% dos municípios baianos, mas sem definitivamente resolver problemas cruciais como o da Regulação.

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