Groenlândia: a ilha do aborto

Desde 2013, a Groenlância tem cerca de 700 nascimentos e 800 abortos por ano, segundo estatísticas do governo. O país enfrenta problemas com violência (um terço dos adultos foram expostos a algum tipo de abuso na infância) e alcoolismo.
A Groenlândia é a maior ilha do mundo, mas tem uma população pequena: apenas 55.992 pessoas, de acordo com a Statistics Greenland. Embora seja autônoma, integra o Reino da Dinamarca.
Mais da metade das mulheres que engravidam estão interrompendo suas gestações na Groenlândia. Isso representa uma taxa de cerca de 30 abortos por 1.000 mulheres.
Em comparação, a Dinamarca tem uma taxa de 12 abortos para cada 1.000 mulheres, segundo estatísticas oficiais.
Dificuldades econômicas, condições precárias de moradia e educação ruim explicam as altas taxas, mas há outros fatores que devem ser analisados em um país onde a contracepção é gratuita e de fácil acesso.
Em muitos países, mesmo onde o aborto é legal e gratuito, há um estigma em torno da escolha. Na Groenlândia, algumas mulheres não demonstram preocupação com a questão, já que eles não encaram uma gravidez indesejada como motivo para se envergonhar.
Dia do aborto
Piia diz que a maioria das amigas dela já abortaram e que a mãe dela o fez três vezes antes de engravidar dela e do irmão. “Mas minha mãe não gosta de falar sobre isso.”
“Estudantes em Nuuk (capital da Groenlândia) podem ir à clínica de saúde sexual às quartas-feiras, que chamam de ‘dia do aborto'”, diz Turi Hermannsdottir, pesquisadora que estuda o assunto na Universidade de Roskilde, na Dinamarca.
“Na Groenlândia, o debate sobre o aborto não parece estar sujeito a tabus ou condenação moral, nem o sexo antes do casamento ou gravidez não planejada.”
Veja reportagem completa da BBC NEWS Brasil, clicando A Q U I.