Investigação evita tragédia escolar em Riacho de Santana
Já não mais repercutem os vários casos de violência acontecidos nas escolas. Parece que a sociedade está encarando como algo comum, o que está longe de ser. Em verdade, há uma certa preocupação de várias autoridades com o acúmulo de casos. O último aconteceu no final do mês passado, quando um plano sombrio foi frustrado a tempo em Riacho de Santana, Bahia. Na sexta-feira, 29 de agosto de 2025, a Polícia Civil impediu um massacre que estava sendo articulado por um adolescente contra uma escola pública da cidade.
Felizmente, as autoridades agiram no tempo adequado, promovendo uma investigação cibernética. O plano foi descoberto graças ao trabalho conjunto da Delegacia Territorial de Riacho de Santana, do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e do Laboratório de Inteligência Cibernética da Polícia Civil da Bahia, a partir de denúncias anônimas. Estudantes alertaram sobre mensagens violentas nas redes sociais, o que levou à abertura da investigação.
Não demorou muito para que a polícia agisse com apreensão de materiais na casa de um menor. Foram encontrados objetos comprados na internet para fabricar armas artesanais e explosivos. O adolescente e seu pai foram levados à delegacia, onde confirmaram o plano. O ataque não foi executado porque o jovem ainda não tinha todos os componentes necessários.
A ação das autoridades no tempo certo, tomando medidas preventivas, foi crucial para evitar a tragédia e repetir os lamentáveis fatos ocorridos em Heliópolis. A Secretaria Municipal de Educação, o Ministério Público e o Judiciário foram acionados imediatamente. O menor está sob custódia e receberá acompanhamento psicológico. Não foi divulgado o nome da escola envolvida para proteger alunos e funcionários.
Esse episódio reacende o debate sobre saúde mental entre jovens, segurança escolar e a importância da colaboração da comunidade para identificar sinais de risco. Diferentes cidades brasileiras estão enfrentando o aumento das ameaças escolares e promovendo ambientes mais seguros para os estudantes. Mesmo com a proibição de uso de celulares nas escolas, está havendo monitoramento digital intensificado. Isso possibilitou identificar que houve um aumento de 360% nas postagens com ameaças a escolas entre 2021 e 2025.
Autoridades usam ferramentas de análise digital para rastrear conteúdos violentos, especialmente na Deep Web, onde muitos desses planos são articulados. Além disso, algumas escolas estão implementando simulados de evacuação, reforço na vigilância e controle de acesso. Outras passaram a contar com botões de pânico e câmeras integradas às centrais de segurança pública. Cidades como São Paulo, Curitiba e Salvador criaram programas de escuta ativa e rodas de conversa com psicólogos escolares.
Casos como o de Heliópolis estão mobilizando autoridades em vários estados. Algumas escolas focam em identificar sinais de sofrimento psíquico, bullying e isolamento social — fatores que muitas vezes antecedem comportamentos violentos. Por sua vez, o Ministério da Educação lançou o programa Escola que Protege, com apoio da Unesco e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O programa reúne dados sobre violência escolar e orienta políticas públicas com base em evidências.