BR 230: de Cabedelo a Lábrea

Juazeirinho – Paraíba

Igreja Matriz de Juazeirinho- Paraíba – consagrada a São José. (Foto: Landisvalth Lima)

Seguindo pela BR 230 – Transamazônica, logo depois de Soledade, chegamos ao município de Juazeirinho, mais uma cidade da Paraíba, localizada na Região Geográfica Imediata de Campina Grande. Juazeirinho faz limites com Soledade, Tenório, Seridó, Assunção, Santo André, Gurjão, Pedra Lavrada e Taperoá. Fica distante de João Pessoa por 210 km. Sua área territorial é de 474,606 km², abrigando uma população no último censo de 2022 de 17.007 pessoas, o que dá uma densidade demográfica de 35,83 hab/km². Para 2024, sua população foi estimada pelo IBGE em 17.488 pessoas. Suas receitas brutas realizadas em 2024 chegaram a R$ 116.726.656,35. Sua renda per capita, em 2021, chegou a R$ 11.417,26, considerada baixa, sem ser das piores.

Praça Central de Juazeirinho – Paraíba. (Foto: Landisvalth Lima)

A região onde se encontra a atual cidade de Juazeirinho fazia parte das sesmarias dos Oliveira Ledo, que desbravaram o Cariri e o Sertão Paraibanos. Ana de Oliveira, irmã de Teodósio de Oliveira Ledo, fixou sua residência na Fazenda “Joazeiro”, conforme informações do Sr. Wilson Seixas, que extraiu do Livro de Notas nº 8, de cartório do 1º Ofício da Comarca de Pombal, procuração que lhe facultava o direito de herdeira. Os Oliveira Ledo já haviam se fixado no Cariri paraibano, vez que, pelo documento acima, Ana de Oliveira, em 1753, estava na região com fazenda de gado e casa de moradia. A sua presença foi marcante, existindo ainda hoje uma fazenda que preserva, após mais de dois séculos, o seu nome como fazenda “Ana de Oliveira”.

Centro de Juzeirinho – Paraíba. (Foto: Landisvalth Lima)

A fazenda Joazeiro, de propriedade de Henrique Ferreira Barros, um dos fundadores, e uma outra, de Carlos Francisco da Cunha, serviram de marcos iniciais para o povoamento do lugar. Além das poucas propriedades existentes, o resto eram terras devolutas, que, pouco a pouco, foram sendo habitadas por colonos que fixaram residência, trazendo suas famílias, seus hábitos e seus costumes. Inicialmente, formou-se um pouso de tropeiros, onde se abrigavam os almocreves, em suas idas e vindas, entre o sertão e Campina Grande, tornando-se parada obrigatória. As terras ficavam no município de Soledade.

A localidade de Juazeiro, seu primeiro nome, cresceu tanto que chegou a ser sede de município. Pelo decreto-lei estadual nº 1164, de 15 de novembro de 1938, é transferida a sede do município de Soledade para o distrito de Juazeiro, passando o antigo município de Soledade a denominar-se Juazeiro. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município de Juazeiro é constituído de 4 distritos: Juazeiro, Santo Antônio, São Francisco e Soledade. Um outro decreto-lei estadual de nº 520, de 31 de dezembro de 1943, a sede do municipal foi transferida de Juazeiro para o distrito de Soledade com a denominação de Ibiapinópolis, e o distrito de Juazeiro passou a denominar-se Juazeirinho, figurando com este nome no município de Ibiapinópolis.

Somente quatorze anos depois, Juazeiro é elevado à categoria de município, com a denominação de Juazeirinho, pela lei estadual nº 1747, de 25 de julho de 1957, desmembrado de Soledade. O novo município foi constituído de um único distrito e instalado em 27 de outubro de 1957. Dois anos após, é criado o distrito de Tenório, quando Juazeirinho passa a ter 2 distritos. Só que, pela lei estadual nº 5889, de 29 de abril de 1994, desmembra do município de Juazeirinho o distrito de Tenório, que vira município independente. Com isso, até os dias atuais, Juazeirinho é composto de um único distrito.

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A BR-230 tem papel fundamental na formação e desenvolvimento do município de Juazeirinho, tanto do ponto de vista histórico quanto urbano e econômico. Juazeirinho surgiu como um ponto estratégico às margens da BR-230 e essa localização favoreceu o comércio local, com estabelecimentos voltados para viajantes e caminhoneiro. A rodovia permitiu a fixação de moradores atraídos pela movimentação econômica e toda urbanização se voltou para o entorno da estrada, que funciona como eixo principal da cidade. Com o tempo, o crescimento populacional e o aumento do tráfego tornaram a travessia urbana da BR-230 um problema crônico, com congestionamentos frequentes, muitos acidentes e dificuldade de mobilidade para pedestres e veículos locais. Em 2018, o Governo da Paraíba inaugurou o Binário de Juazeirinho, uma obra de mobilidade urbana que transformou o trânsito na cidade, desviando o tráfego pesado para avenidas paralelas à BR-230 e pavimentação de vias locais como a Avenida Juiz Federal Genival Matias de Oliveira. A cidade hoje tem mobilidade urbana sem perrengues. A BR-230, mesmo antes de receber essa denominação, não apenas influenciou a origem de Juazeirinho como ponto de parada, mas também moldou sua estrutura urbana e dinâmica econômica. A recente requalificação da rodovia dentro do município mostra como a infraestrutura viária continua sendo decisiva para o futuro da cidade.

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