Brasil

Não se preocupe! A corrupção vai aumentar!

Todo mundo sabe que, em termos gerais, afrouxar regras anticorrupção é um risco sistêmico. Quando um país flexibiliza normas que antes serviam como barreiras contra a corrupção, ele abre espaço para retrocessos institucionais, comprometendo os pilares essenciais da democracia e da confiança pública.

Para ser mais claro, quando políticos condenados voltam ao poder com facilidade, a população tende a desacreditar na Justiça e na política. E não é difícil entender que a corrupção favorece quem tem acesso a esquemas, não quem trabalha com competência. Logo de imediato, há fuga de investimentos. Empresas sérias evitam ambientes onde contratos públicos são decididos por propina ou, para sobreviver, acabam entrando no jogo sujo.

Tudo isso leva ao que chamamos de normalização da impunidade. A sociedade passa a tolerar desvios como parte do jogo político. Um dado que vale citar é o fato de países que afrouxaram regras anticorrupção, como Honduras, Guatemala e partes da África Subsaariana, enfrentaram crises econômicas, instabilidade política e aumento da pobreza. Em contraste, países que endureceram o combate à corrupção, como Estônia, Chile ou Coreia do Sul, viram melhora na governança, crescimento econômico e fortalecimento democrático.

O Brasil afrouxou as regras da Lei da Ficha Limpa e assina o domínio da corrupção na gestão do setor público. Um país que afrouxa regras contra a corrupção não tem um futuro promissor. A democracia exige vigilância, e a integridade pública é um dos seus alicerces. As regras novas da Lei da Ficha Limpa, com os vetos do presidente ou sem eles, indicam que seremos administrados predominantemente por corruptos. Quem duvida, esqueceu-se do que disse Ulysses Guimarães: A corrupção não é um desvio de conduta. É um método de governo.

2 comentários sobre “Não se preocupe! A corrupção vai aumentar!

  • Ainda podemos acrescentar a essas medidas vergonhosa, a reforma administrativa. Que será votada nos próximos dias, onde facilitará a terceirização e acabará com a estabilidade no serviço público, em muitos cargos.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *