BR 230: de Cabedelo a Lábrea

Nazaré do Piauí: Um oásis que cresceu nas secas

Matriz de Nossa Senhora de Nazaré. (Foto: landisvalth Lima)

No mais novo episódio de BR 230 – Transamazônica – de Cabedelo a Lábrea, Contraprosa chega à cidade de Nazaré do Piauí, localizada entre Oeiras e Floriano, e a penúltima cidade piauiense que será retratada antes da chegada ao Maranhão pela rodovia. O município tem uma área Territorial de 1.315,841 km², onde mora uma população de 6.665 pessoas, censo de 2022, o que faz uma densidade demográfica de 5,07 hab/km². A população do município tem diminuído desde 1991. Naquela época, chegava perto de 9 mil habitantes. A Transamazônica facilitou o deslocamento de muitos que foram tentar a vida em outros cantos do país. Nazaré do Piauí faz limites com Francisco Ayres, Cajazeiras do Piauí, Oeiras, São Francisco do Piauí, São José do Peixe e Floriano. Sua distância para Teresina é de 210 kms. O IBGE estimou sua população para este ano de 2025 em 6.697 pessoas.

   As terras que compõem o atual município de Nazaré do Piauí eram habitadas por indígenas  da nação tapuia, que tradicionalmente ocupavam a região entre o rio Parnaíba, destaque para as etnias Aranhês, Goarás, Araiês e Acumês. A origem do município data da época em que ali se estabeleceram os padres jesuítas do Colégio da Bahia. No século 16, Domingos Afonso Mafrense recebeu dos jesuítas 30 fazendas de gado, dentre as quais uma que se destacou, Algodões, onde é hoje a sede do município. O lugar era um oásis, com água para todos os lados e alimento em abundância para os bichos.

Centro de Nazaré do Piauí. (Foto: Landisvalth Lima)

   No século seguinte, os portugueses passaram a enviar para a Fazenda Algodões um grande fluxo de população escravizada africana, remanejando os que se encontravam na Vila de Oeiras, para servir como mão-de-obra na propriedade rural. Tudo seguia dentro da normalidade, até que chegaram as grandes secas de 1877 e 1888. O lugar foi invadido pelos flagelados oriundos do Ceará. Nesse período foi erguido em Algodões uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré.

   Com o fim da seca muitos foram ficando e a povoação cresce em torno da capela. Não demorou muito para nascerem os apelos pela emancipação de Floriano, distante 45 kms. Somente em meados do século 20 o apelo dos moradores vingou. Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de Nazaré do Piauí, pela Lei Estadual nº 2112, de 08 de setembro de 1955, o município foi desmembrado de Floriano, com um único distrito, instalado em 12 de dezembro de 1955.

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   Hoje, Nazaré do Piauí é uma cidade sossegada para se viver, apesar de aparentar ser maltratada pelos agentes públicos de plantão, ter uma economia marcada pela baixa remuneração média e forte dependência da agropecuária. O forte da localidade é mesmo a agropecuária e a Transamazônica representa um eixo estratégico para o escoamento da produção e integração regional, embora enfrente desafios de infraestrutura.

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