O ódio na Internet é cortina de fumaça na luta pelo poder
O nível de ódio político nas redes sociais está altíssimo, mas está longe de ser algo sincero. Grupos bolsonaristas fazem circular nas redes sociais um vídeo que mostra mulheres queimando uma camiseta com a imagem do ex-ministro Sergio Moro. As informações são do portal O antagonista. O suposto protesto foi registrado em Curitiba e realizado por membros de um grupo chamado “Acampamento Lava Jato”. Com a saída de Moro do governo, as fundadoras do movimento anunciaram que o grupo agora se chama “Acampamento com Bolsonaro”. Mais tarde, o próprio O Antagonista descobriu que uma das “revoltadas” com Moro é assessora do deputado estadual bolsonarista Everton Marcelino Souza, do PSL do Paraná. O ódio é apenas uma das novas formas de lutar por interesses pessoais.
Por outro lado, no outro extremo, quem imaginava que a esquerda iria vibrar com o rompimento do ex-Juiz da Lava Jato com Bolsonaro perdeu feio. O ex-presidente Lula se apressou em ir às redes sociais dizer que tanto Bolsonaro como Moro eram bandidos. No meio de tudo isso, fica o ex-ministro como uma espécie de ser indesejado pela esquerda e pela direita. Ficamos a imaginar como seria se um dia Moro disputasse o 2º turno de uma eleição à presidência da república com um candidato de um dos extremos. Será que o ódio daria lugar à sensatez? Duvidamos. No fundo, o ódio é apenas mais uma forma de se lutar pelo poder. Só torcemos que não vá tão longe.