Operação Injusta Causa: Desembargadores são suspeitos de venda de sentenças

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje a Operação denominada Injusta Causa. O objetivo é investigar um suposto esquema de venda de decisões judiciais e tráfico de influência na Justiça do Trabalho na Bahia. O alvo são cinco desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, com sede no bairro de Nazaré, em Salvador. Todos estes desembargadores do TRT-5 foram alvo de reclamações no CNJ – Conselho Nacional de Justiça – órgão que investiga práticas inadequadas na justiça. Os envolvidos, até aqui, são Maria Adna Aguiar do Nascimento, Esequias Pereira de Oliveira, Washington Gutemberg Pires Ribeiro, Thiago Barbosa de Andrade, Maria das Graças Oliva Bonnes e Norberto Frerichs. Há uma ação que tramita em segredo de justiça no STJ envolvendo estes nomes.
Em entrevista ao UOL, segundo a PF, cerca de 50 agentes e cinco procuradores da República foram acionados para cumprir 11 mandados de busca e apreensão. Divididos em grupos, eles estiveram em gabinetes dos desembargadores no TRT-5. Também foram a um escritório de advocacia e nas residências dos investigados, dentre elas um apartamento no Loteamento Aquarius, condomínio de alto padrão de Salvador. Os policiais deixaram os dois locais carregando malotes lacrados e, em vez da tradicional vestimenta preta, os agentes vestiam terno e gravata, deslocando-se em veículos descaracterizados. Além das casas dos desembargadores, policiais federais estiveram na residência de Henrique Aguiar, irmão da ex-presidente do TRT-5, Maria Adna Aguiar, e do advogado João Gonçalves Franco Filho, ex-assessor da desembargadora.