Pão de Açúcar Alagoas – AL

Este episódio de Cidades do Velho Chico não será o último, mas faremos uma pausa na série porque já retratamos todos os municípios da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco que margeiam o rio. Para não perder as contas, Contraprosa retratou em Sergipe: Brejo Grande, Ilha das Flores, Neópolis, Santana do São Francisco, Propriá, Telha, Amparo de São Francisco, Canhoba, Nossa Senhora de Lourdes, Gararu, Porto da Folha, Poço Redondo e Canindé do São Francisco, totalizando 13 cidades. De Pernambuco foram 10 cidades: Petrolina, Belém do São Francisco, Itacuruba, Floresta, Jatobá, Petrolândia, Cabrobó, Orocó, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. Na Bahia foram 23: Paulo Afonso, Glória, Rodelas, Chorrochó, Abaré, Curaçá, Juazeiro, Sobradinho, Casa Nova, Sento Sé, Remanso, Pilão Arcado, Xique-Xique, Barra, Morpará, Muquém de São Francisco, Ibotirama, Bom Jesus da Lapa, Paratinga, Sítio do Mato, Serra do Ramalho, Malhada e Carinhanha. Por fim, no estado de Alagoas foram ao todo 11 municípios: Piaçabuçu, Penedo, Igreja Nova, Porto Real do Colégio, São Brás, Traipu, Belo Monte, Piranhas, Olho D’Água do Casado, Delmiro Gouveia e agora, Pão de Açucar, totalizando 57 cidades. Ao todo, 51 cidades estão retratadas nesta série e 6 delas foram registradas de forma individual. Para completar a missão, faltam os municípios do estado de Minas Gerais, que esperamos iniciar as reportagens ainda este ano.

Mas para fechar esta etapa, saímos de Belo Monte e seguimos pela AL 125 até Pão de Açucar. A estrada está sem pavimentação asfáltica, mas no período de verão o problema é só a poeira. Passamos por localidades como o povoado Restinga, ainda em Belo Monte. Já em solo de Pão de Açúcar, registramos o distrito de Limoeiro. Finalmente, chegamos a Pão de Açucar, quando a noite já se fazia presente. Ficamos hospedados na pousada Porta do Sol, administrada pelo simpático e receptivo Rogério. Pão de Açucar é servida pela rodovia AL 130, asfaltada, que vai até Santana do Ipanema. O município está localizado no sertão alagoano e tem área territorial de 688,870 km², abrigando uma população de 23.823 pessoas no último censo de 2022, perfazendo uma densidade demográfica de 34,58 habitante por km². Para o ano de 2024, o IBGE projetou sua população em 24.291 pessoas. Pão de Açucar faz limites com Belo Monte, Palestina, Monteirópolis, São José da Tapera e Piranhas, todos em Alagoas; e Poço Redondo e Porto da Folha, em Sergipe.

A história do povoamento de Pão de Açucar começa por volta de 1611, quando os primeiros aventureiros europeus se misturam aos índios na Serra do Aracaré. No início do século 17, os Urumaris, índios que habitavam o local conseguiram do Rei D. João IV as terras às margens do rio São Francisco na região. Deram ao lugar o nome de Jaciobá, que na linguagem tupi-guarani significa Espelho da Lua. A doação despertou certa revolta aos índios Chocós, que invadiram as terras dos Urumaris e os expulsaram de lá. Em 1634, Cristóvão da Rocha tomou posse das terras onde hoje está o município. Em 1660, porém, uma carta de sesmaria passava toda área para o português Lourenço José de Brito Correia, que instalou uma fazenda de gado e deu a ela o nome de Pão de Açúcar. A denominação vem da forma de um dos morros que era semelhante à maneira pela qual se purificava o açúcar. Em 1815, as terras foram leiloadas e arrematadas pela família do padre José Rodrigues Delgado, que deu grande impulso ao desenvolvimento do povoado.

No ano de 1853, foi criada a freguesia, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, até hoje padroeiro da cidade. Neste mesmo ano, é criado o distrito de Pão de Açúcar, pela lei provincial nº 227, de 11 de novembro de 1853. No ano seguinte, é elevado à categoria de vila com a mesma denominação, pela lei provincial nº 233, de 03 de março de 1854, instalado o município devidamente em 07 de agosto de 1854. Em 1859, D. Pedro II pernoitou na vila, como parte da viagem que fez ao São Francisco. Pão de Açúcar foi elevada à condição de cidade em 18 de junho de 1887, através da Lei 756, desmembrada de Mata Grande. Mais tarde, Pão de Açucar ganha um outro distrito: Limoeiro. Também, quando Belo Monte foi extinto como município, passou a pertencer a Pão de Açucar. Além disso, Palestina, Jacaré dos Homens, Monteirópolis e São José da Tapera também chegaram a pertencer a Pão de Açucar. Hoje, o município é constituído de apenas dois distritos: Pão de Açucar – a sede, e Limoeiro.

Ao chegar em Pão de Açúcar, a vida da cidade se alegra no São Francisco. As piscinas naturais, às margens do rio, chamadas de prainhas, são pontos de encontro quase obrigatórios. Lá são saboreados, aos pés de uma réplica do Cristo Redentor, os pratos típicos da região: peixe surubim, camarão-pitu e a tradicional carne de sol. O artesanato, confeccionado em palha, couro, barro, tecido e madeira, é atração na vila Ilha do Ferro. A cidade tem um centro comercial bem resolvido e tem balsas que fazem a travessia para o distrito de Niterói, no estado de Sergipe, na outra margem do Velho Chico. As principais festividade são a festa do padroeiro Sagrado Coração de Jesus, dia 6 de junho, e a Festa da Emancipação.
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