Corrupção

PCC usou cidade de Sergipe para criar empresas de fachada

A cidade de Santo Amaro das Brotas, em Sergipe, virou peça-chave no esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Apesar de ser um município pequeno, com cerca de 11 mil habitantes, distante apenas 36 km de Aracaju, com território margeando o Rio Sergipe, foi usada como base para registrar empresas de fachada que movimentaram milhões de reais.

A investigação revela que o esquema funcionava com o PCC cooptando moradores locais para atuarem como “laranjas”, registrando empresas em seus nomes sem que tivessem real envolvimento nos negócios. Uma cuidadora da cidade, que ganhava pouco mais de R$ 1.400 por mês, chegou a ser sócia de 18 empresas, incluindo postos de combustíveis e até coworkings em outros estados. Essas empresas eram usadas para ocultar patrimônio e lavar dinheiro por meio de operações financeiras complexas, envolvendo fintechs e fundos de investimento.

Há inúmeras razões para que o PCC tenha escolhido cidades como Santo Amaro das Brotas para base dos seus esquemas fraudulentos. Primeiro, a questão da baixa fiscalização, com mínima presença de órgãos reguladores, o que facilita a abertura de empresas sem levantar suspeitas. Também há muitos moradores com baixa renda que podem ser cooptados como “laranjas” para registrar empresas em seus nomes. Por fim, são lugares fora dos grandes centros e não atraem atenção imediata das autoridades.

Santo Amaro das Brotas. (Imagem: Alese)

A Operação Carbono Oculto, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo, revelou que o esquema movimentou mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. O setor de combustíveis foi o principal alvo, com adulterações, sonegação de impostos e ameaças a proprietários que tentavam resistir ao grupo. A operação revelou que o PCC usa agora sistemas sofisticados para continuar sua trajetória criminosa.

2 comentários sobre “PCC usou cidade de Sergipe para criar empresas de fachada

  • Eu insisto em dizer; no meu humilde entendimento, em nosso Município existe representante de facções, não estou afirmando nada, apenas observo que, o PCC ou o CV do Rio de Janeiro atuam em nossa cidade por meio de pessoas quem ninguém desconfia. Estamos diante do “narcoestado” e nao tem pra onde correr, infelizmente.!!!

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    • Não sei se há pessoas ligadas a estas facções, mas que há empresas fantasmas isso não há dúvida. Obrigado, Macedo.

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