BR 230: de Cabedelo a Lábrea

Picos – Piauí: Polo atrativo de pessoas e negócios

Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, em Picos-PI. (Foto: Landisvalth Lima)

Neste episódio de BR 230 – Transamazônica – de Cabedelo a Lábrea, Contraprosa chega ao município de Picos, no Piauí. Antes é preciso explicar que, de Campo Grande do Piauí para Picos, além da sobreposição das Brs 230 e 316, próximo da cidade há incorporação de mais uma rodovia federal, o BR 020, que vem de Fortaleza, entra na 230/316 e se separa depois de Picos para seguir a São Raimundo Nonato. Além destas três rodovias, o município é servido pelas BR 407, que segue para Petrolina, e as estaduais PI 245, PI 375, PI 376 e PI 379.

Centro do Picos, em 1974. (Foto: IBGE)

Picos fica bem no centro do Piauí e é servida pelo rio Guaribas, que corta a cidade. É a terceira maior cidade do Piauí em habitantes. Sua população no censo de 2022 chegou a 83.090 pessoas, numa área territorial de 577,284 km², permitindo uma densidade demográfica de 143,93 hab/km², também a 3ª maior do Piauí, atrás apenas de Teresina e Parnaíba. O município faz limites com Santana do Piauí, Aroeiras do Itaim, Itainópolis, Geminiano, Sussuapara, Campo Grande do Piauí, Paquetá, Dom Expedito Lopes e Santa Cruz do Piauí. A distância até a capital é de 307 kms. O IBGE estimou sua população para 2025 em 86.701 pessoas.

Igreja dedicada a São José Operário, padroeiro de Picos-PI. (Foto: Reprodução)

A história de Picos começa no povoado de Bocaina, ligado à capital colonial Oeiras. Inicia-se com a chegada dos primeiros fazendeiros de gado, vindos diretamente de Portugal nos anos de 1740, trazendo alguns escravos negros africanos e gado, ocupando grandes territórios. Em 1754, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, foi erguida uma capela pelo sertanista Antônio Borges Leal Marinho, considerado o marco inicial do povoamento. O território pertencia na época ao município de Oeiras. A família Borges Leal ocupava grandes áreas de terras nos arredores do município e um dos seus descendentes, Félix Borges Leal, fundou a Fazenda Curralinho, aproveitando as terras que eram favoráveis à criação do gado solto e também do rio Guaribas que fornecia água em abundância.

Centro de Picos-PI. (Foto: Landisvalth Lima)

O processo de povoamento se consolida em torno da fazenda. Uma Resolução Provincial nº 308, de 10 de setembro de 1851 cria o distrito com a denominação de Picos. O nome foi colocado pelos colonizadores por ser uma região rodeada por montes, chamados de picos pelos Portugueses. A condição de município ocorreu quatro anos depois, pela Resolução Provincial nº 397, de 17 de dezembro de 1855, desmembrado de Oeiras, com um único distrito sede, e instalado devidamente apenas quase 4 anos depois, em 13 de julho de 1859. A condição de cidade ocorreu pela Resolução Provincial nº 33, de 12 de dezembro de 1890.

Rodovia Transamazônica em PIcos-PI, 1974. (Foto: IBGE)

O sucesso econômico de Picos se dá basicamente por suas terras férteis, graças ao Rio Guaribas. Picos sempre foi um polo atrativo de pessoas em busca do desenvolvimento econômico, notadamente na agropecuária. Poderia estar bem melhor se a implantação de um núcleo italiano no final do século 19 desse certo. Em 1895, chegaram 40 famílias italianas em Picos. Entretanto, 28 delas se negaram a se instalar nos lotes e as outras 12 foram repatriadas de volta a Itália em 1898. Além disso, houve a seca de 1932, uma das piores, que acabou favorecendo o aumento da população, mas com aumento considerável da pobreza. Até os anos de 1950, Picos era apenas um aglomerado de residências de características rurais, embora bastante verde, com destaque para a produção de alho.

A partir dos anos 1950, Picos vive sua época de ouro, com uma população que já ultrapassava os 54 mil habitantes. A economia apresenta números generosos, com a indústria e o comércio ajudando sobremaneira os números da agropecuária. Quando tudo caminhava bem, Picos começa a perder território para formação de outros municípios, além de uma enchente que alagou a cidade nos anos de 1960, com plantações inteiras destruídas e milhares de animais mortos no campo.

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Para quem quer se divertir em Picos ou conhecer seus pontos culturais, as principais festas tradicionais são o Picos Cidade Junina, um dos maiores eventos juninos do estado, realizado no início de junho. Conta com apresentações de quadrilhas juninas de vários estados, shows com artistas nacionais, com praça de alimentação, cidade cenográfica e exposições de artesanato. Também há a Festa de São José, celebração religiosa em homenagem ao padroeiro da cidade, realizada em março. Também temos o Carnaval de Picos, que reúne blocos de rua, shows e festas populares. As principais atrações turísticas da cidade são a Igreja de São José Operário, Museu Municipal de Picos, Museu Ozildo Albano, o Parque Ambiental da Cidade e o Mercado Público de Picos.

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