Poemas de Socorro para normais e deficientes!

Nesta terça-feira, dia 03 de dezembro, é o Dia Internacional do Deficiente Físico, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992. O objetivo é, além de nos tornarmos mais humanos, a sensibilização das comunidades para os desafios enfrentados por pessoas com deficiência física. Governos do mundo inteiro dedicam boa parte dos seus orçamentos para permitir a acessibilidade de pessoas com deficiência, e tratá-las com a dignidade que eles merecem, incluindo-os na vida social. A celebração do Dia Internacional do Deficiente Físico ocorre na mesma data do Dia da Pessoa com Deficiência, sendo esta última direcionada para todos os tipos de deficiências, sejam físicas ou mentais. Por outro lado, o Dia do Deficiente Físico salienta exclusivamente as pessoas que apresentam restrições a nível motor.
Para não passar em branco, a poetisa Socorro Caldas, hoje morando em Cícero Dantas ao lado do pai e também grande poeta Antônio Coca, fez dois poemas que nos fazem refletir sobre este dia. Além dos poemas, uma boa notícia: O Colégio Estadual José Dantas de Souza, e várias escolas da nossa região, aderiu ao projeto Escola Acessível e vai receber 15 mil reais para obras que ajudarão a minimizar as dificuldades dos nossos deficientes que, muitas vezes, com um pouco de ajuda, desenvolvem mais habilidades que muitos normais.
Vamos então de Socorro Caldas.
AMAR EM PLENITUDE!
A beleza que a muitos encanta
Não é a mesma que me fascina
As palavras que muitos aplaudem
Não me causam emoções
O sorriso que emoldura o rosto
Muitas vezes é o que me entristece
O abraço por cortesia não me basta
Até me causa constrangimento
O ou “querida” dissimulado
Não me convence
O ósculo na face ardente
Se não verdadeiro causa-me ojeriza
Prefiro a beleza que não vejo
Mas a sinto no íntimo do ser
Prefiro as palavras que embalam os dias meus
Afagando-me a alma
Prefiro o sorriso sincero
Que a evidência da veracidade me convença
Prefiro o abraço que acolha
Que atice o querer mais
Prefiro o “querida” proferida
De forma a sentir-se amada de verdade
Prefiro o ósculo sutil
Com o gostinho de ternura
Que todo sentimento
Que toda gratidão
Que todos os gestos
Se transformem em amor
E que saibamos amar
Sem medidas e em toda plenitude. (Socorro Caldas)
NÓS, OS NORMAIS!
A deficiência existe
Na nossa mente doentia
No nosso ego deformado
Na partícula ínfima do amor
Que habita em muitos de nós
Ou até mesmo na ausência deste
Se fizéssemos a pergunta
O porquê da rejeição
Ao primeiro contato
Silenciosamente ouviríamos
O que os outros vão dizer?
Como os outros vão reagir
Pobres humanos
De mentes deformadas
Na preocupação de expor o “belo”
No afã de receber elogios
Esquecem, que ser pais
De crianças especiais são bênçãos divinas
Para aprendermos a ser gente de verdade
Entre tantos pormenores
E diversas anormalidades
Teremos a certeza
Que a inocência reinará
Que a guerra não será por elas praticada
E que a paz será uma constante
E que a maldade exposta neste mundo de meu Deus
São praticadas, por nós os NORMAIS! (Socorro Caldas)