Políticos enriquecem diante da impunidade e falta de indignação
Chegamos ao nível mais baixo até aqui da moral e da ética no comportamento dos políticos. Aqui na Bahia, o deputado Dal Barreto e prefeitos do PCdoB são exemplos disso.
Nos últimos tempos, diversos episódios têm alimentado a percepção de deterioração moral na política brasileira. O país enfrenta uma crise ética sem precedentes, marcada pela falta de indignação popular diante da escassez de recursos para áreas essenciais como educação, saúde e segurança pública, enquanto políticos enriquecem da noite para o dia. Ficou comum um governador como Jerônimo Rodrigues, professor e do Partido dos Trabalhadores, simplesmente não cumprir uma lei aprovada a nível nacional, a exemplo do pagamento do Piso do Magistério, e não ouvir o grito das ruas, dos sindicatos e até mesmo da imprensa.
Esta semana, mais um exemplo tomou conta do noticiário. O deputado Dal Barreto (União-BA) gastou R$ 114 mil em posto de combustível do seu sócio em Amargosa, no interior da Bahia, e pediu reembolso na Câmara dos Deputados desde de 2023. O deputado federal é um dos alvos da Operação Overclean da Polícia Federal. O parlamentar multiplicou seu patrimônio e construiu uma rede de mais de 200 postos de combustíveis. Entre 2018 e 2022, Dal saiu de R$ 1.855 milhão para R$ 7.361.008 em bens declarados. Enriquecimento substancial em quatro anos.
Durante as investigações no âmbito da Overclean foram encontrados indícios de que o parlamentar trabalhava com o lobista Evandro Balbino do Nascimento, ligado a empresas de pavimentação, para aliciar prefeitos em um esquema de propina. O esquema consistia em parcerias de venda de combustíveis da Rede Dal para as prefeituras e aluguel de carros para a estrutura municipal e transporte escolar. O Auto Posto Rotondano é um dos exemplos onde deputado apresentou 326 notas fiscais do posto para reembolso desde quando assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2023.
Está mais que claro que hoje, para enriquecer rápido e fácil, o caminho é a política. Nascido em Amargosa, onde tem residência, Dal foi candidato a primeira vez em 2008, tentando chegar ao executivo do município. Na época, o político e empresário declarou um patrimônio de R$ 516.735,39. Os 14 bens declarados incluíam automóveis, dinheiro em espécie, empresa de aluguel de veículos e gados. Dez anos depois, em 2018, Dal Barreto foi candidato a deputado estadual pelo PCdoB, declarando agora um patrimônio de R$ 1.855.000,00, um aumento de 1.338.264,61 com relação ao que foi declarado na sua primeira candidatura. Isso, vejamos bem, é o declarado e não o real.
O PCdoB foi usado pelo deputado como um trampolim, visto seu histórico político, gerando insatisfação em parte dos filiados e militantes da sigla. Logo depois de eleito, Dal deixou a legenda e se filiou ao Progressistas. Em 2022, Dal se candidatou a deputado federal. O salto nos bens ganhou um destaque ainda maior, com um aumento de R$ 5.506.008,44, chegando a R$ 7.361.008,44. Hoje está no União Brasil.
Mas não importa o partido. A sigla é apenas cartorial. Vejam o caso dos dois prefeitos baianos que foram presos esta semana por envolvimento em um esquema de corrupção que desviou cerca de R$ 12 milhões de recursos públicos, segundo a Polícia Federal. A operação, chamada Intercessor, foi deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e teve como alvos os prefeitos Dr. Pedrinho (PCdoB), de Encruzilhada, e Dona Nilda (PCdoB), de Poções, ambas cidades do sudoeste da Bahia.
A nossa esperança é que a política brasileira já enfrentou momentos graves no passado — como durante a ditadura militar, escândalos como o Mensalão e a Lava Jato — e que a ideia de nível mais baixo depende da perspectiva histórica e dos valores individuais. A indignação atual pode ser um reflexo da maior visibilidade e acesso à informação, o que torna os escândalos mais evidentes e frequentes aos olhos do público. Mas uma coisa é certa: nunca houve tanta impunidade. Pior, vem aí a autorização do STF de permitir nomeações de parentes de agentes públicos eleitos para cargos comissionados. E aí surgirá uma nova desesperança. O país dos nossos sonhos fica cada vez mais distante.

No meu humilde entendimento, a raíz de todo o mal no mundo são os sistemas político e religioso, o sistema político é sustentando pela impunidade e facções criminosas; o sistema religioso se mantém atuante enganando o povo usando uma divindade em benefício próprio, sem ter quem interceda em favor dos ingênuos e crédulos, (incautos).!
Obrigado, Macedo.