Ponte Salvador-Itaparica custará mais de 10 bilhões!

Um aditivo contratual para a construção da ponte Salvador-Itaparica, elevando o valor do contrato de R$ 7 bilhões para mais de R$ 10 bilhões, foi essencial para destravar o início das obras, que devem começar em até 12 meses. O imbróglio do governo da Bahia com o consórcio chinês se arrastava desde a pandemia de Covid. Renovando esperanças para aqueles que acham a obra necessária, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) anunciou, nesta quarta-feira (4) que assinou o novo aditivo contratual para a construção da Ponte Salvador-Itaparica. O acordo entre a gestão estadual e o consórcio chinês foi costurado após intervenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que intermediou as conversas entre as partes.
A assinatura marca o fim do impasse por causa do aumento dos insumos da construção civil. Na época, as estatais chinesas que integram o consórcio da ponte Salvador-Itaparica solicitaram um grande aumento de valores para a construção do empreendimento, gerando um impasse com o governo estadual. No início, os chineses apontaram que deveria haver uma elevação do contrato de R$ 7 bilhões para R$ 13 bilhões. Após a intermediação do TCE, o valor foi fechado em R$ 10,42 bilhões.
É claro que o governador comemorou afirmando que a assinatura põe fim a essa etapa do processo e agora é aguardar a empresa chinesa. “Já tem a sondagem. Com esse material agora, faz-se o projeto executivo, para que a gente possa ver as ações do governo andando, nessa relação entre Itaparica e Salvador”, afirmou o governador. Se as previsões estão corretas, é provável que o atual governador não inaugure a ponte, mesmop se reelegendo. Se as obras começarem em 1 ano, a construção só será concluída, provavelmente, em 2031 ou no ano seguinte. A ponte será a mais extensa do Brasil, superando a Rio-Niterói.
Na propaganda governista, a ponte Salvador-Itaparica será a maior do país em estrutura marítima, com sondagens recordes de 200 metros de profundidade. Além disso, o empreendimento deve gerar 7 mil empregos diretos e reduzir o acesso à capital baiana em cerca de 100 km. A questão é se o preço pago pelos baianos valerá tanto. Recentemente, os chineses fizeram novas cobranças durante reunião com o governador. Jerônimo, que se mostrou surpreso com pedidos realizados pelas estatais chinesas acerca do novo acordo. Os representantes do consórcio pediram, entre outras coisas, garantias acerca de um possível aumento do custo das obras devido à maleabilidade do solo da Baía de Todos-os-Santos, agilidade na liberação de vistos para os trabalhadores chineses no Brasil e apoio para a liberação de novos financiamentos para a obra. Será que está tudo resolvido mesmo?