Poucas & Boas 117
Morde e assopra
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou explicar na manhã desta sexta-feira, 23.05, a decisão do governo de revogar parcialmente o decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo ele, o recuo foi feito por uma “necessidade técnica”. Ora bolas, é mais uma tentativa do governo Lula de tirar um pouco dos ricos. A alíquota seria de 3,5% sobre as operações acima de 50 mil. Hoje, a alíquota é zero. O recuo mostra o poder de quem tem grana neste país e nos dá uma dimensão real desta República dos poderosos. E imaginar que um dia, muitos de nós, marchamos pelas estradas democráticas para levar um operário ao poder, esperançosos de que consertaríamos este país, limitando o poder de quem tem dinheiro.
Ainda no TRE
Aquele processo aberto por Thiago Andrade contra o prefeito José Mendonça por abuso de poder econômico e compra de votos ainda se encontra no TRE da Bahia. Segundo o advogado Vinicius Andrade, o seu colega Alan Lima percebeu que o processo foi votado de forma veloz e ficaram algumas coisas que precisavam de um olhar mais atento. Assim, entraram com um recurso, um embargo, junto ao próprio TRE para que a corte revisse novamente a questão. Se por acaso a coisa não andar, aí é que haverá recurso ao TSE. Por enquanto, o processo ainda se encontra em Salvador. Já o que trata das candidaturas femininas falsas, o recurso contra a decisão do juiz de Ribeira do Pombal já foi protocolado e o processo está aguardando as contrarrazões da defesa para seguir para Salvador. Haja paciência!
Buraco longevo
Fará aniversário de dois meses de vida o buraco aberto no Praça de Eventos, ao lado do antigo Mercado Municipal. Começou com uma pequena erosão na rua e hoje está em tamanho gigante. A Serralheria da esquina está balança mas não cai e próxima de cair. Para amenizar o problema, acreditem, o prefeito mandou colocar lonas de plástico para impedir uma erosão maior. Se as pedras não conseguiram, uma lona de plástico conseguirá? Bom mesmo seria se tivéssemos um prefeito ágil para resolver problemas e não um alcaide que espera verbas polpudas para coisas tão simples. Com o maquinário do município e um pouco de boa vontade tudo já estaria resolvido. Enquanto isso, o buraco vai aumentando e engolindo tudo com o aumento da idade.
Faltou gasolina
Há certas coisas inimagináveis que só acontecem na Bahia. Acreditem, em Cícero Dantas, vários ônibus escolares não circularam na quinta-feira, 22.05, porque não havia mais combustível para a Prefeitura Municipal. Não renovaram a licitação que estava em vigor e a coisa degringolou. Pior, faltou também crédito do município junto aos postos de combustíveis ou os administradores não sabem fazer o jogo de cintura para cobrir certas falhas. Está ficando feia a passagem de Vinícius do São José pela prefeitura de Cícero Dantas. É o seu quinto mês de administração e parece que a equipe está perdida, ou ainda chupando o doce da vitória.
Ponte do Jequitinhonha
Depois do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira sobre o rio Tocantins, na BR 226, que conectava os estados do Tocantins e Maranhão, entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), parece que o DNIT deixou de esperar que as desgraças aconteçam para agir. A interrupção do tráfego na ponte sobre o rio Jequitinhonha, na BR 101 – Bahia, foi medida providencial. Diabo será esperar a construção de uma nova. A burocracia é um tormento. Enquanto isso, quem dependia da ponte para o dia-a-dia está vivendo duplo tormento. Mas não há remédio. O jeito é seguir por outro caminho e chegar bem mais tarde.
Professor em decadência
E por falar em só tomar a providência quando a desgraça acontece, precisamos atentar para uma crise sem precedentes, que é a decadência da nossa educação. Com ela, segue para o fundo do poço a profissão de professor. Várias prefeituras e governos estaduais nem mesmo respeitam a Lei do Piso. Aqueles penduricalhos que davam um refresco à profissão estão desaparecendo. Os políticos declararam guerra aos profissionais da educação. Não querem também fazer concursos. Tudo é na base do contrato, para garantir o voto. Até mesmo quando a Justiça intervém há recursos, embargos, senões diversos que acabam atrasando a correção das injustiças. Resta agora uma catástrofe para que o país perceba o quando já perdemos com esta política educacional completamente equivocada. Parece que ainda teremos que piorar muito para que alguém possa acordar no meio da tragédia.