Poucas & Boas

Poucas & Boas 128: Política é assim mesmo?

Bom Jardim

A cidade de Bom Jardim-MA virou símbolo do abandono escolar e da corrupção institucionalizada no Maranhão. A sucessão de escândalos levou à prisão e afastamento de prefeitos e secretários ao longo dos anos. Esses episódios revelam não apenas falhas administrativas, mas também um profundo descaso com os direitos básicos da população, especialmente das crianças em idade escolar.  A atual prefeita, Christianne Varão, está sendo investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público por desvio de verbas e corrupção. Dos últimos cinco prefeitos da cidade, quatro foram condenados por improbidade administrativa ou desvio de recursos, evidenciando um padrão de má gestão ao longo de diferentes administrações. Uma delas foi a Lidiane Leite, a prefeita ostentação (foto destaque).

Duas cidades

Duas cidades da nossa região caminham para ser o Bom Jardim de amanhã: Heliópolis e Cícero Dantas. As duas cidades têm pelo menos um prefeito condenado em cada uma e vivem os mesmos desmandos e corrupção com o uso inclusive de verbas da educação. Tanto a população de Bom Jardim como as cidades daqui, apesar do sofrimento, continuam votando movidas pelo dinheiro fácil das campanhas políticas. Além disso, não há arrependimento. Quando um eleitor é abordado, após confessar que vendeu o voto, sobre sua consciência atual, vem sempre a resposta clássica: “Política é assim mesmo.”

Heliópolis

No caso de Heliópolis, tudo foi feito dentro dos ditames da lei para que o processo eleitoral fosse anulado. A Justiça e o Ministério Público não viram nada! É como se os processos abertos por Thiago Andrade contra José Mendonça fossem apenas choro de derrotado. Se alguém perguntar se houve compra de votos em Heliópolis, o mais sincero dos eleitores de Mendonça vai dizer que essa é prática comum dos dois lados e ainda vai dizer que venceram porque tem um empresário rico do lado do prefeito. Nem mesmo o fato de haver mais eleitores que habitantes foi suficiente para que um juiz ou promotor tivesse a coragem de enxergar a verdade de que o cargo de prefeito em Heliópolis foi comprado a preço de ouro.

Isabel Gallotti

A ministra não tem nada a ver com o que acontece em Heliópolis. Ela julga pela letra fria do direito, numa época em que para provar o crime tem que passar a cena viva, diante dos olhos, em câmera lenta, com autenticidade registrada e comprovada. A Lei foi criada para proteger os bandidos e a elite, enquanto o povo fica sufocado pagando a conta. Mas é fato que o seu voto foi um balde de água fria contra aqueles que ainda acreditavam no futuro promissor de Heliópolis. Sim, porque nenhuma cidade tem futuro com a prática da política como um negócio. É verdade que ainda há o voto do plenário nos dois processos, o de abuso de autoridade e o das falsas vereadoras, mas uma reviravolta é muito difícil.

Oposição frágil

Tanto em Heliópolis como em Cícero Dantas, a oposição perde terreno. Agora, para fortalecer os desmandos, vão a busca de vereadores opositores. Alguns já estão com o passaporte carimbado, faltando apenas o anúncio na hora certa. Uns até chegam a se orgulhar das propostas que receberam, outros se dizem sem condições de atender os eleitores e deve precisar de trabalhar com a prefeitura. São conversas indicadoras de que o caminho está ou foi pavimentado para uma caminhada aos braços do poder. Anúncios virão em breve.

O futuro

Não será nenhuma surpresa se até a revisão eleitoral em Heliópolis for negada. Sim, porque uma vez comprovado que houve inflação de eleitores em Heliópolis, ficará comprovado tudo o que já foi dito sobre compra de votos e abuso de autoridade. A Justiça ficaria envergonhada com a comprovação tácita. Talvez não mexam no vespeiro e deixem tudo como antes. Aí não restará mais nada a fazer e o futuro estará comprometido. Haverá um homem que manda e outros obedecem. Será uma espécie de Rússia, que na propaganda aparece como uma superpotência, mas que, tirando as máscaras, tudo está ruindo e só terminará quando o ditador, gordo e opulento, não ter mais sangue para matar a sua sede. É quando todo império ruirá.

Concurso

Acabou a desculpa para não realizar concurso, alegando elevada burocracia e demora. Ontem foi realizada a Prova Nacional Docente (PND), uma avaliação unificada voltada para licenciados e estudantes de licenciatura que desejam ingressar no magistério público. Popularmente chamada de “Enem dos Professores”, ela pode ser usada como etapa única ou complementar em concursos públicos de estados e municípios que aderiram à iniciativa. Mas será que interessa aos prefeitos a melhoria do ensino público? Oportunidades não faltam para afirmar isso positivamente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *