Santanópolis – Bahia
Santanópolis é um município brasileiro do estado da Bahia localizado na Área de Expansão Metropolitana de Feira de Santana. Sua área territorial é de 222,686 km², abrigando uma população no último censo em 2022 de 8.716 pessoas, o que permite uma densidade demográfica de 39,14 habitante por km². Santanópolis faz limites com Feira de Santana, Santa Bárbara, Lamarão, Água Fria, Irará e Coração de Maria. Sua população estimada pelo IBGE para 2025 é de 9.035 pessoas e está distante de Salvador por 147 km.
A história de Santanópolis está bem retratada no livro Santanópolis: Sua origem e seu povo de Lélia Vitor Fernandes de Oliveira e começa em meados do Séc. XVI, com a exploração e o desbravamento da região, que fazia parte da Sesmaria de Garcia d’Ávila. A partir de 1673, João Peixoto Viegas incorporou terras e campos, em busca de ouro e pedras preciosas. Na época, as terras eram habitadas pela tribo dos índios Paiaiás, oriundos da região da Chapada Diamantina, seguindo as margens do Rio Paraguaçu. Os índios viviam da caça e da pesca e foram dizimados no Séc. XVII.
Por volta de 1730, chegou à região o colonizador português Joaquim Gomes da Silva, trazendo com ele sua família e escravos africanos, tomando posse de um pedaço de terra, que virou a Fazenda Sobrado. Joaquim Gomes teve quatro filhos: Francelina, Paula, Maria e André Gomes. Após sua morte, as terras se desmembraram nas fazendas Alto das Pombas e Queimada da Onça, que pertenceu a João Fernandes de Almeida, e Baixa da Jia, que foi de propriedade de Tibúrcio Fernandes de Oliveira. Mais tarde, chegaram as famílias Fernandes, Campos, Cerqueira, Estrela, Ribeiro, Brito, Oliveira, Nepomuceno, Machado, Barbosa, Almeida, e daí formaram o povoado denominado de Quaresma. No ano de 1910, os fazendeiros Manoel Campos, Sabino Brito, Alexandre Cerqueira, José Ribeiro do Desterro Cazuza e demais moradores construíram a igreja, na praça que deu o nome do seu primeiro pároco, o Padre Lúcio Ornelas.
Foi em torno da Igreja que foram construídas as primeiras casas e armazéns. O povoado Quaresma cresceu e tornou-se distrito do município de Irará, pela Lei Municipal de nº 47, de 08 de julho de 1921, referendada pela Lei Estadual nº 1563, de 21 de julho de 1922. É a partir daí que o nome passa a Santanópolis, que significa cidade de Santana, por intervenção da Profª. Maria de Lourdes Fructuoso de Araújo, que era devota de Senhora Santana. Quem nasce em Santanópolis pode ser santanopolinense ou santanopoliense. O grande dia do município foi 13 de julho de 1962, quando assinado o Decreto lei de nº 2.251, de autoria do Deputado Estadual Clodoaldo Campos de Oliveira, sancionado pelo Governador do Estado da Bahia, Juracy Montenegro Magalhães, que emancipa Santanópolis e a transforma em município. A instalação ocorreu em 7 de abril de 1963, sendo empossado seu 1º prefeito, João Nery de Cerqueira.
O acesso à Santanópolis é feito pela BA-504, distante 13 km da BR-116, no conhecido entroncamento de Tanquinho, onde fica o Posto Trevo. A cidade é tranquila e seu povo habilmente hospitaleiro. Recentemente, o município ficou nacionalmente conhecido por aparecer entre os maiores devedores do Brasil — ao lado de cidades muito maiores como Natal (RN), São Bernardo do Campo (SP) e Chapecó (SC). Tudo isso fruto de má gestão financeira, dívidas previdenciárias e empréstimos acumulados ao longo dos anos. A dívida total em 2024 chegou a R$ 25.742.782,70. Agora, em 2025, a União precisou honrar R$ 350 mil em dívidas do município só no primeiro semestre. Em maio deste ano foram pagos R$ 70 mil em pendências vencidas.
Tudo isso nos revela que mesmo cidades pequenas podem entrar em colapso financeiro quando há descontrole fiscal e dependência excessiva de repasses federais. A solução está na escolha dos dirigentes municipais. Ficar rolando a dívida não é solução. Santanópolis pode se livrar deste problema porque tem um povo trabalhador. Falta compromisso dos agentes públicos com o município. O município possui várias comunidades, com destaque para os povoados de Alto Alegre, Rodeador e Quilombo. São três os rios que abastecem o município: Pojuca, Salgado e dos Poços. A caatinga é sua principal vegetação.
Fato é que uma visita a Santanópolis é algo enriquecedor. O lugar é tranquilo e pacífico, exatamente como mostra a primeira estrofe do hino do município: À sombra do teu madeiro,/Sobre um céu primaveril,/Nasce o povo de Santanópolis/ E cresce com amor ao Brasil.