Serra dos Correias: A tragédia faz aniversário sob silêncio!
Neste sábado, 18 de outubro, faz exatamente 1 ano que quatro adolescentes morreram em Heliópolis, na Bahia, após um ataque a tiros dentro da Escola D. Pedro I, no povoado Serra dos Correias, zona rural. Três alunos foram assassinados por um colega de 14 anos, que depois tirou a própria vida.
Na época, a segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, um adolescente de 14 anos entrou armado com um revólver calibre 38 e atirou contra três colegas, todos com idades entre 14 e 15 anos. Após os disparos, ele cometeu suicídio no local. O ataque correu por volta das 17h.
A tragédia causou comoção na comunidade local e levou à suspensão das aulas na rede municipal por mais de uma semana. As atividades escolares foram retomadas em 29 de outubro de 2024, onze dias após o ocorrido. De lá para cá ainda não houve a divulgação de nenhuma apuração. Sabe-se apenas que o revolver poderia ser do pai do garoto que promoveu o massacre.
Hoje está difícil conseguir qualquer informação sobre o caso. O máximo que se ouve é o consagrado “estamos apurando.” O silêncio impera sobre o fato e ninguém quer falar sobre o assunto. Contraprosa procurou a diretora da época, prof.ª Jinelma Santos. Ela nos atendeu e mandou o seguinte depoimento:
“Depois do acontecido, três semanas depois retornamos aos poucos para escola. Tentando fortalecer toda a comunidade que a escola precisava continuar mesmo com dor, com muitas lembranças, angústias e com um sentimento de que não tinha mais sentido a gente como gestão conseguimos ter a confiança dos pais em deixar seus filhos concluírem o ano letivo de forma presencial. Não foi fácil, mas aos poucos, com a ajuda de profissionais da psicologia, com o suporte da secretaria de educação e da gestão municipal, conseguimos. Em 31 de dezembro de 2024 saí da gestão da escola e fui tentar cuidar de mim, da minha saúde, que não foi fácil. (…) Tenho feito poucas visitas à instituição, mas percebo que todos ainda estão fragilizados e buscando forças para seguir.”
