Trump deu uma banana ao bolsonarismo
A previsibilidade do presidente americano Donald Trump depende daquilo que pode positivar sua conta bancária. Daí, é fácil entender que o fim da taxação dos produtos exportados daqui aos ianques não aconteceu pelo fato de o Brasil ter cumprido exigências específicas de Trump, mas sim a uma decisão estratégica dos EUA. O governo norte-americano suspendeu tarifas para produtos agrícolas brasileiros como carne, café e frutas principalmente para conter a inflação interna e fortalecer relações comerciais, após diálogos diplomáticos com o governo brasileiro. Trump usou o discurso bolsonarista só para ter o apoio de uma galera esperançosa.
É bom lembrar que, em agosto de 2025, os EUA haviam imposto tarifas adicionais de até 40% sobre diversos produtos brasileiros, afetando especialmente o agronegócio. Ontem, 20.11, Trump assinou uma ordem executiva retirando essas sobretaxas para parte dos produtos agrícolas, incluindo carne bovina, café, banana, açaí e cacau, apesar de ainda produtos industriais, como aço e calçados, continuam enfrentando tarifas elevadas.
Os motivos americanos nunca foram políticos, mas racionais. Querem dinheiro! Só que isso pode gerar problemas, como de fato aconteceu com a inflação indo às alturas. A Casa Branca avaliou que manter tarifas altas sobre alimentos e commodities importados pressionava os preços internos. Foi aí que começaram a reduzir tarifas sobre carne, café e frutas, o que ajuda a conter custos para consumidores americanos e melhorar os números eleitorais, que não estão nada favoráveis aos republicanos.
Além disso, houve pressão diplomática e negociações. O governo brasileiro, via Itamaraty, conduziu negociações técnicas e políticas para demonstrar que o comércio agrícola não representava ameaça à indústria americana. Lula e Trump tiveram conversas diretas, o que reforçou a decisão.
A medida foi parte de um decreto mais amplo que também reduziu tarifas sobre produtos de outros países, sinalizando uma tentativa de normalizar relações comerciais globais. Trump percebeu que havia errado feio e agiu para evitar que os EUA fiquem isolados em meio a tensões comerciais. Além disso, o que pesou mesmo foi a pressão interna de setores americanos. Importadores e distribuidores de alimentos nos EUA pressionaram contra tarifas que encareciam insumos básicos. Por fim, os últimos resultados eleitorais, uma surra dos democratas.
Portanto, a explicação mais racional é que a suspensão das tarifas foi uma decisão pragmática dos EUA, motivada por fatores internos (inflação e pressão de setores consumidores) e externos (diplomacia e equilíbrio internacional). Não houve necessidade de o Brasil implementar exigências específicas de Trump; o movimento foi mais sobre interesse econômico americano do que sobre concessões brasileiras. Trump está pouco se importando se Bolsonaro vai ou não para a cadeia.

Lendo o seu comentário, deu a entender que os Estados Unidos é dependente de produtos brasileiros; aguarde, em breve verás o desfecho desse imbróglio. Não se cozinha sapo em água fervendo.!!
De alguns produtos, sim, como nós dependemos de produtos de outros países. O comércio internacional é dinâmico. Nenhum país produz tudo. Os Estados Unidos não podem se sobrepor a outras nações, a não ser que tenha um produto de produção exclusivamente sua. Um abraço, Macedo.