Tudo começa no Paraíba!
O quilômetro zero da BR 230, a Transamazônica, fica no centro da cidade de Cabedelo, na Paraíba, localizada na região metropolitana de João Pessoa. É deste ponto inicial que o portal Contraprosa parte para a mais nova série do canal: BR 230 – de Cabedelo a Lábrea. Nesta primeira fase, o foco será a BR 230 nordestina, ou seja, que vai de Cabedelo-PB até a cidade de Estreito-MA. Vamos mostrar várias cidades que se localizam à margem da rodovia, mostrando inclusive suas histórias e o impacto que a construção da estrada provocou nos seus respectivos desenvolvimentos.
E tudo então começa em Cabedelo, um município com uma área de 31,42 quilômetros quadrados. É simples fazer as contas: são 18 quilômetros de extensão, por apenas três quilômetros de largura, encravados entre o rio Paraíba e o oceano Atlântico. Acrescente-se a ilha da Restinga. Ponto! Neste pequeno espaço vive uma população de 66.519 pessoas, segundo o censo de 2022, o que resulta numa densidade demográfica enorme de 2.226,73 habitantes por quilômetro quadrado. Para o ano de 2024, o IBGE estimou sua população em 70.067 habitantes. Vale informar que em mapas holandeses do século XVII, aparecia como uma ilha por causa dos rios Jaguaribe e Mandacaru. No passado a região foi habitada pelos índios Tapuias, depois expulsos do lugar pelos Tupis. Com a chegada dos europeus, Cabedelo passou de um porto de pescadores para uma das áreas mais densamente urbanizadas da Paraíba.
Hoje, a cidade se confunde com João Pessoa, ao lhe servir como extensão de várias atividades, principalmente o turismo. Tudo em Cabedelo tem como referência a BR 230, principal ligação com João Pessoa e inúmeras cidades. Os limites de Cabedelo são com João Pessoa, Santa Rita e Lucena. O restante são mais de 10 km de praias marítimas e fluviais. É o município mais rico do estado em PIB per capita, seguido por Campina Grande, também cortada pela BR 230.
Cabedelo fazia parte de João Pessoa. Somente no início do século 20 é que foi elevado à categoria de município, com a atual denominação, pela Lei Estadual n.º 283, de 17 de março de 1908, sendo desmembrado do município de Paraíba, antigo nome de João Pessoa. Em 1928, pela Lei Estadual nº 676, de 20 de novembro daquele ano, o município é extinto, sendo seu território anexado ao município de Paraíba. Somente em 1956, Cabedelo volta a ser elevado à categoria de município, pela Lei Estadual nº 1.631, de 12 de dezembro de 1956, sendo desmembrado do já município de João Pessoa, instalado em 09 de fevereiro de 1957, com apenas um único distrito sede. Hoje, Cabedelo é constituído de 2 distritos: Cabedelo, a sede, e Renascer.
Toda formação de Cabedelo está associada à Fortaleza de Santa Catarina, construída no século XVI e um dos marcos do surgimento de Cabedelo. O início urbano de Cabedelo data de 4 de novembro de 1585, em torno da referida fortaleza, construída por portugueses para defender a entrada do estuário do rio Paraíba e a cidade de Filipeia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa. Na época da dominação holandesa, entre 1634 e 1654, a cidade passou a se chamar Margaretha, equivalente à nossa Margarida.
Na cidade, visitamos vários lugares, apesar da intensa chuva. Estivemos na Fortaleza de Santa Catarina, na Praça do Pôr-do-sol, no KM 0 da BR 230, no Mercado Municipal. Lá no mercado encontramos o casal Márcio Ricardo e Renata, proprietários da Adega do Careca, quase que um ponto obrigatório para quem quer temperar um pouco a vida, de uísque a vinho. Em Cabedelo, Contraprosa ficou hospedado na Pousada de Dona Nilda, em quarto com TV, ar condicionado e chuveiro frio. Custou R$ 100,00, sem café da manhã. O telefone da pousada para reservas é 83 9 9361-8467.
O nome Cabedelo tem ligação com um cabo formado pelas areias de rios. Esta condição permite paisagens de tirar o fôlego do turista mais exigente, desde o pôr-do-sol na Praia Fluvial do Jacaré até a vista do Farol da Pedra Seca em dia nublado. Cabedelo está inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Paraíba, região do Baixo Paraíba. O principal curso d’água é o Rio Mandacaru. Todos os rios têm regime permanente. Há ainda reservas marinhas, mata atlântica e barreiras de corais. O clima é tropical chuvoso com verão seco, temperatura máxima de 30 °C e mínima de 22 °C. O índice pluviométrico é de aproximadamente 1 900 milímetros anuais, com chuvas concentradas entre os meses de março e julho. No verão, o que não falta é praia. Todas elas têm atrativos: Miramar, Ponta de Matos, Areia Vermelha, Formosa, Areia Dourada, Camboinha, Poço, Intermares e a praia fluvial do Jacaré.