Heliópolis

Prefeitura faz compra suspeita de 860 colchões D23 para flagelados das chuvas

A compra foi oficializada em 4 de julho deste ano.

O nível de corrupção no serviço público brasileiro é assustador, mas há casos que beiram o ridículo porque parece que os administradores perderam o medo da justiça. Agem como se a impunidade fosse uma garantia. Um caso patético aconteceu em Heliópolis que ilustra bem isso. O prefeito de Heliópolis, José Mendonça Dantas (MDB), aproveitando-se da atenção dada à expectativa da Festa do São Pedro, deu um destino nada nobre para parte dos recursos que recebeu para combater os efeitos da chuvarada que causou danos ao município de Heliópolis. Só que estes danos afetaram estradas, ruas e algumas poucas residências e casas comerciais. O dinheiro recebido, algo superior a meio milhão de reais, daria, com sobra, para realização dos serviços corretivos.

A corrupção é amplamente vista, inclusive com publicação e tudo, mas quase não há fiscalização.

Causou muita surpresa quando o Contraprosa viu publicado no Diário Oficial do Município, em 4 de julho de 2025, uma dispensa emergencial nº 023/2025, do processo licitatório nº 119/2025, com termo de adjudicação, ou seja, ato administrativo que oficializa a escolha do vencedor de uma licitação, uma contratação direta e emergencial da compra de um kit de colchões tipo D23 88X188X12, da marca Promagnetick. Foram 860 colchões, com travesseiros, fronhas, lençóis e cobertores, “PARA ATENDIMENTO A EMERGÊNCIA NO MUNICÍPIO DE HELIÓPOLIS EM DECORRÊNCIA DOS EFEITOS DE CHUVAS INTENSAS”.

O valor da compra foi de R$ 238.220,00 para os colchões e R$ 110.080,00 para os acessórios, totalizando 348.300,00. O fornecedor foi a empresa Beta Comércio e Serviço Ltda, optante do simples, localizada em Itabaianinha, na rua Simão Campos de Oliveira, nº 46, no estado de Sergipe. A Beta foi fundada em novembro de 2024 e é uma empresa “faz tudo”, de construção de prédios até venda de roupas íntimas femininas. Seu capital social é de apenas 50 mil reais. Além da compra ser altamente suspeita, os preços parecem estar superfaturados. Numa rápida busca na internet, um colchão de solteiro D23 tem preços que vão de 142 a 224, em diversas marcas, inclusive as mais populares. Cada colchão na compra da prefeitura saiu por 277 reais, o travesseiro custou R$ 40,00, a fronha R$ 40,00, o cobertor por R$ 13,00 e o lençol custou R$ 35,00 cada.

Este mais novo caso envolvendo a administração José Mendonça pode também passar batido, sem que nenhuma autoridade fiscalizadora tome as devidas providências para, pelo menos, apurar os fatos. Será mais uma das tantas denúncias que ficarão pelo caminho, enquanto o povo vive na internet a se debater na defesa de políticos corruptos que só têm uma utilidade: emperrar o desenvolvimento e o progresso da nossa gente.

2 comentários sobre “Prefeitura faz compra suspeita de 860 colchões D23 para flagelados das chuvas

  • Não é a ocasião que faz o ladrão, o ladrão já nasce feito, a ocasião mostra o tamanho do roubo, essa é a realidade.!!

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